A opinião pública venceu. Os vereadores da Câmara Municipal de Parintins revogaram a resolução de nº 58 que tratava de aumento de salário, após seis dias de intensas criticas nas redes sociais e mídias tradicionais (rádio e jornal impresso) da população. A publicidade do aumento, apenas veio a tona através de matéria do site ParintinsAmazonas, coluna do Koiote. Foram 12 matérias sobre o assunto. No Jornalismo isso é chamado desdobramento da cobertura. (LEIA NOS LINKS ABAIXO)
O site também problematizou a questão constitucional e jurídica da ação. Entrevistou Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado –TCEAM- e a Procuradoria da 8ª Procuradoria. Além de abrir espaço a comunidade. A questão da legalidade do ato passou a ser mera formalidade. Pois a moralidade pedida pela população estava em 1º lugar.
Os vereadores reagiram acusando o site de repassar de forma distorcida e manipular a informação. Alguns vereadores a beira da raivosidade desafiaram a mídia e ameaçaram ir a Justiça processar. Muita ingenuidade. Não era mídia. Sim a opinião popular que exigia uma resposta. Os tempos são outros e o acesso à informação é resguardado pela LEI.
O site ParintinsAmazonas deu a publicidade do fato. O desdobramento e crítica foram da opinião pública que desaprovou geral a ação. Além dos Conselheiros do TCE-AM e Procuradora que opinaram ao tomar conhecimento da Resolução.
Citamos a manifestação da pedagoga e professora Gerlane Paiva “O acesso a informação tem sido o calcanhar de Aquiles dos políticos, as redes sociais e o ingresso de pessoas das mais longínquas comunidades às universidades e estes depois se transformando em propagadores de novas concepções por uma sociedade mais igualitária e mais justa tende a ser o maior obstáculo a ser vencido por pessoas que sempre se utilizarem de recursos ardis pra ganhar eleições e se manterem por décadas no poder com o único objetivo de beneficiar a si próprio.”
A Câmara ao recuar e alguns vereadores até pedir “perdão”, “desculpas” e “remissão” demostra maturidade e perspicácia. A perspicácia que faltou antes da Resolução ser discutida e votada. Afinal, o Plenário da Câmara é a porta de entrada da democracia para outros cargos de igual importância como o Legislativo Estadual, Federal ou Executivo Municipal. De tal forma admitir um erro e recuar tem seus méritos e o consenso dos vereadores nesse sentido é positivo. O ajuste dos funcionários e servidores da CMP nunca foi questionado nas reportagens.
Alguns na tribuna cometeram as gafes de sempre. Até a dizer que “população não procura ajuda na porta de juiz”, “que tiramos dinheiro do próprio bolso para ajudar comprar botija de gás e outros eventos para a população” ou o “dinheiro do aumento no valor de R$ 600,00 (seicentos reais) não faz falta”. Imagine um gari que ganha menos de R$ 900 reais ao mês, ouvindo isso. Talvez esqueçam de que a Tribuna é inviolável constitucionalmente. Mas a Rádio Câmara é feita dentro de concessão pública. De tal forma, como já ocorreu no Brasil afora o Ministério Público, Ministério Público Eleitoral ou Judiciário, pode acionar, caso a discurso parlamentar passe a ser propaganda ou marketing antecipado.
De todo o episódio e desdobramento o positivo é cada parlamentar tomar ciência de que a Opinião Pública está de olho....
(92) 991542015
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