Juiz Afrânio Gonçalves se aposenta após 30 anos de magistratura e recebe homenagens em sessão do Pleno do TRT14

Afrânio Viana Gonçalves tomou posse no TRT-14 em 1993, como juiz de trabalho substituto. Atuou na 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª Varas do Trabalho de Porto Velho. Passou por Jaru, Rolim Moura, Cacoal, Colorado do Oeste, dentre outras unidades em Rondônia. No estado do Acre, atuou na região do Vale do Juruá, em Cruzeiro do Sul.

Juiz Afrânio Gonçalves se aposenta após 30 anos de magistratura e recebe homenagens em sessão do Pleno do TRT14 Juiz Titular da 3ª Vara do Trabalho de Porto Velho, Afrânio Viana Gonçalves Notícia do dia 23/08/2023

Na sessão do Pleno realizada de terça-feira, dia 21 de agosto de 2023, no âmbito do Tribunal Regional do Trabalho da 14a Região (RO/AC), emocionantes discursos enalteceram a carreira do juiz Titular da 3ª Vara do Trabalho de Porto Velho, Afrânio Viana Gonçalves, parintinense do estado do Amazonas, que se despede após dedicar mais de três décadas ao serviço judiciário. O presidente do Tribunal, desembargador Osmar J. Barneze, prestou uma sincera homenagem ao magistrado, ressaltando a amizade construída ao longo dos anos. “Afrânio e eu fizemos o mesmo concurso, ingressamos juntos há mais de 30 anos e estreitamos uma amizade que extrapola as cercanias do mero dia a dia do trabalho. É um colega pra mim especial, e tenho a honra de tê-lo como amigo”.

 

O desembargador Barneze também destacou a trajetória humanística do juiz, colocados sempre a serviço do jurisdicionado, e o legado deixado à magistratura do regional. “Cerram-se as cortinas de sua missão perante a justiça do trabalho de Rondônia e Acre, porém ao mesmo tempo abre o espetáculo da jornada que se desanuvia como se estivesse aberto novos caminhos no mundo. Fica todavia o nobre legado, cumpriu primorosamente o pacto a que certa feita se comprometeria, de fazer justiça nessa terra, e assim o fez”.

 

Um canto de Carlos Drummond de Andrade que fala sobre o fim das estações foi citado pelo presidente do TRT-14, que conclui seu relato desejando sucesso ao juiz no novo ciclo. “Afrânio, para onde decidir ir ou regressar, que não lhe falte pés para viajar. Ao longo do trajeto, não se aparte da companhia de seus pares. Leve-nos consigo. Traga como o carregamos conosco. Cresça, renasça e floresça, ainda precisamos de flores, de gentileza de seres como você, meu dileto amigo e caríssimo irmão. Até logo o reencontro será breve. Que Deus ilumine seus passos nessa nova caminhada.” Bastante emocionado, Barneze ao final da sua fala, abriu espaço para outros colegas.

 

A desembargadora decana Socorro Guimarães também, com voz embargada, destacou a delicadeza, o bom humor, a solidariedade e a simplicidade do juiz. “Vamos sentir falta de tudo o que você nos trouxe, do seu bom humor, da sua companhia, da passagem maravilhosa, do tempo profissional. Desejo muitas felicidades e que Deus abençoe nessa nova jornada, junto a familiares, amigos e novos planos", registrou.

 

“O TRT-14 tem um juiz chamado Afrânio, que escreveu uma bela história durante toda a sua trajetória. Juiz vocacional, humano, sensível, trabalhador. Na vida, Afrânio, você é um vencedor, um bom filho, um bom esposo, um bom marido, um bom amigo, um bom magistrado, e agora avô”, esse foi um trecho do poema escrito e declamado pela desembargadora Maria Cesarineide de Souza Lima, como forma de agradecimento ao juiz que segundo ela, foi um dos magistrados que lhe abriu os braços ao chegar ao tribunal.

 

Já desembargadora Vania Maria da Rocha Abensur Monteiro destacou o brilhantismo, a pureza, a beleza, a seriedade, e a honestidade do juiz. “Tenho certeza que você agora vai chegar em casa e vai poder deitar a cabeça no travesseiro com a consciência tranquila do caminho trilhado na magistratura. Essa é a recompensa que nós temos, a nossa tranquilidade”, pontuou a desembargadora.

 

O presidente lembrou ainda que por todas as unidades pelas quais o juiz passou sempre esteve comprometido com o sacerdócio a que se propôs a exercer. “ As marcas de suas mãos estão na fundação de todas as unidades pela qual atuou, sempre estendidas à valorização da justiça do trabalho e à construção de uma sociedade mais justa, solidária e fraterna. Os números falam por si, porém não dizem o todo, apenas uma pequena fração. Por detrás dos dados estatísticos está a conjugação do irretorquível caráter da infinita humanidade, da lisura e da ética, da empatia e da simplicidade de seu ser. Por essas e outras tantas qualidades, poderia, claro, ter optado pela prorrogação de sua passagem”.

“Afrânio sempre demonstrou um profundo conhecimento jurídico, um gestor nato, um dileto companheiro nessa grande jornada. Considerando o valor dos seus serviços prestados, assim como a sua constância, sua passagem por esse tribunal é um exemplo para todos os juízes de primeiro grau, todos os companheiros”, comentou o desembargador Ilson Alves Pequeno Junior.

 

O desembargador Francisco José Pinheiro Cruz ressaltou o ser humano grandioso que é o magistrado. “Afrânio demonstrou durante esses anos na Justiça do Trabalho, em suas decisões, em todas as situações que analisava, que procurava sempre o melhor caminho para o caso. O que mostra o senso de justiça e a busca da solução sempre melhor para toda a sociedade”, frisou.

 

“O juiz Afrânio sempre foi um magistrado comprometido, sempre mostrou a marca humanística, acentuada, que lhe é peculiar. Dedicação e responsabilidade, em cada processo, instrução e sentença sempre analisado com cuidado. Isso tem um custo, custo de muitas horas de trabalho e dedicação. Agora a aposentadoria vai permitir que ele possa se dedicar mais à família, porque ao longo desses 30 anos houve uma dedicação intensa à magistratura”, ressaltou o desembargador Shikou Sadahiro.

 

Presente à sessão, a procuradora substituta do Ministério Público do Trabalho (MPT), Andréa Albertinase, desejou sucesso ao juiz. “Gostaria também de desejar ao juiz Afrânio, tudo de melhor. Que ele tenha uma nova fase de vida ao lado de sua família, com muita saúde, realizações, felicidades. E que ele saiba que cumpriu com todo o amor e dedicação à magistratura”, declarou.

 

Ao final das homenagens, emocionado, o juiz Afrânio agradeceu a todos pelas palavras amáveis e fez um agradecimento especial. “Se eu me destaquei como magistrado eu devo a minha equipe de trabalho. Eu não seria nada sem eles, não teria chegado aonde cheguei. Nós não somos nada sozinho, por mais boa vontade e dedicação que tenhamos”. O magistrado enfatizou também sobre a missão que escolheu. “Não há função mais nobre do que servir. E eu sempre tive convicção de que enquanto magistrado, servidor público, a nossa missão é servir, servir ao público, ao jurisdicionado, servir ao próximo. Foi pra isso que eu passei naquele concurso, foi pra isso que eu sou magistrado. Eu sempre tive essa convicção e isso me ajudou a fortalecer o comprometimento”, finalizou.

 

>> Acompanhe na íntegra a Sessão Administrativa do Tribunal Pleno

Carreira 

 

Afrânio Viana Gonçalves tomou posse no TRT-14 em 1993, como juiz de trabalho substituto. Atuou na 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª Varas do Trabalho de Porto Velho. Passou por Jaru, Rolim Moura, Cacoal, Colorado do Oeste, dentre outras unidades em Rondônia. No estado do Acre, atuou na região do Vale do Juruá, em Cruzeiro do Sul.

 

Sua promoção a juiz titular ocorreu em 24 de janeiro de 1994, em que presidiu a então Junta de Conciliação e Julgamento de Costa Marques até 23 de agosto de 1994, quando foi promovido para a unidade de Presidente Médici. Em 4 de agosto de 1996, Afrânio assumiu a Vara do Trabalho de Ariquemes. Em 5 de maio de 2003, transferiu -se para Porto Velho para assumir a 3ª Vara da capital Rondoniense, onde permaneceu até a sua aposentadoria.

 

 

Secom/TRT14 (Yonara Werri | Foto: Luiz Alexandre)