Emerson Maia: O Pregador

Eu prego em nome da força e coragem do povo que habita na beira do rio. Que não desanima, trabalha, labuta comendo o pão que o diabo amassou. Eu canto a revolta que eu sinto no peito quando sinto o cheiro do atravessador.

Emerson Maia: O Pregador Notícia do dia 14/08/2020

Eu, eu navego as estradas, andando  neste mundo sem cor. 

Colhendo flocos de grama orvalhada no pé que sola nunca calçou.

Eu sou o pregador. 
Canto as voz do interior.

Eu sou o caboclo do Norte que grita pedindo castigo pra quem me despiu.
Me deixou na terreno molhada sem remo, sabendo que eu ando caminhando o rio.
Eu ando pregando a verdade funesta nas missas, nas festas, em qualquer lugar.
Eu prego a verdade pra esta humanidade desta sociedade barata e vulgar.

Eu sou o pregador 
 Canto voz do interior.

Eu ando na pista da falsa justiça que arbitrariamente a min condenou 
a ser uma eterna ave de rapina
Queria ser gente não julticultor.
Eu ando enxugando os rostos chorados, molhados, suados de cansasso e dor.
Eu ando plantando a semente da honra no peito do povo que vive do amor.

Eu sou o pregador
Canto as voz do interior

Eu prego em nome da força e coragem do povo que habita na beira do rio.
Que não desanima, trabalha, labuta comendo o pão que o diabo amassou.
Eu canto a revolta que eu sinto no peito quando sinto o cheiro do atravessador.
Eu canto o lamento da gente oprimida que vive emusquecida no interior.

Eu sou o pregador.
Canto a voz do interior.

Eu ando no encalço dos falsos profetas que gritam alertas sem nada alertar.
Eu caço os grandes que matas pequenos de sede de fome pra se afastar. 
Eu ando no rastro dos falsos soldados como DEPUTADOS portando fuzís.
Enquanto o caboco do Norte usa foice, plantando e ajudando a crescer o país. 

Eu sou o pregador.
Canto a voz do interior. 

Enquanto os "home" assim procederem o passado será sempre boa lembrança.
O futuro a espera de ser esperança e o presente colheita do que se plantou.
A miséria E a fome andarão cavalgando em cavalos alados do ódio e da dor.
Haverá sempre um negro, um branco, um índio, um caboco, um mestiço e o patrão seu senhor.

O PREGADOR

autor: Emerson Maia