Arthur Neto defende experiência para enfrentar crise

Prefeito disse que tem independência e não precisa sortear cargos e que a candidatura de seu adversário, Marcelo Ramos (PR), é uma candidatura que se apoia em ‘caciques políticos’

Arthur Neto defende experiência para enfrentar crise O prefeito Arthur Neto (PSDB) é o segundo entrevistado da série de ‘sabatinas' com os candidatos. Foto: Eraldo Lopes Notícia do dia 14/10/2016

O prefeito Arthur Neto (PSDB), candidato à reeleição, foi o segundo entrevistado da série de ‘sabatinas’ com os candidatos, realizada pelo programa Dez na Tv, da Record News Manaus, da Rede Diário De Comunicação, na noite de quinta-feira.  De acordo com ele, o foco de seu governo será manter as finanças em dia, em uma crise que ele afirma que será ainda maior, nos próximos dois anos.    

O prefeito destacou que o segundo turno é um divisor de águas onde, segundo ele, há duas candidaturas distintas.  Disse que tem um perfil e biografias consistentes com uma candidatura independente e, segundo ele, sem a necessidade de sortear cargos. Arthur afirmou que a candidatura de seu adversário, Marcelo Ramos (PR) é uma candidatura que se apoia em ‘caciques políticos’. O prefeito ressaltou que “o povo vai saber separar o joio do trigo”, se referindo ao resultado que espera nas urnas. 

De acordo com ele, o orçamento, que já está sendo analisado na Câmara Municipal, é de R$ 200 milhões menor, e isso é mais um obstáculo para uma gestão. Porém, ele destacou que é o momento de prezar pela experiência. “Meu adversário não entende isso. Para ele, as contas são feitas sem a inflação. Será um ano de muito aperto. Estamos cortando no osso para seguir com os investimentos em nossa cidade”, disse, ao ressaltar que, se ele for reeleito, continuará buscando investimentos fora do Estado e até do País, pois  a atração  do capital estrangeiro irá melhorar a educação e os problemas emergenciais de Manaus.

Segundo Arthur, é preciso controlar as contas públicas. Ele afirmou, ainda, que tem a meta de, nos próximos anos, colocar Manaus entre as cinco melhores capitais em Educação,  uma de suas prioridades. Ele informou que,  em sua gestão, a evasão escolar diminuiu  57%.

“As prioridades são educação, saúde, vias asfaltadas, iluminação a Led e tudo que envolve o bem-estar dos cidadãos. Não vou deixar ninguém fazer com Manaus o que fizeram com o Amazonas”, disse.

Em relação ao transporte público, o prefeito afirmou que pretende iniciar os trabalhos da construção do BRT, após o aporte de  recursos. Ele destacou que não será um trabalho simples, mas “será possível”.

“O BRT é o melhor. As conversas estão avançadas. Nós entendemos que isso levará o transporte a outro patamar, melhorando a vida das pessoas. O desafogo será muito grande com um salto de qualidade”, disse.

Arthur, ao lembrar que foi senador, afirmou que não tem medo da chamada ‘guerra fiscal’ com São Paulo. De acordo com ele é preciso resguardar os direitos da Zona Franca com uma reforma tributária. 

“São Paulo quer tudo e acha que o Brasil é todo dele. Mas o Brasil é dos brasileiros e estou atento a qualquer manobra contra Manaus”, disse.

Prefeito lembra que o dinheiro da saúde do Amazonas foi roubado

Na entrevista, o prefeito e candidato à reeleição Arthur Neto (PSDB) não poupou criticas ao Governo do Amazonas. Ele afirmou que os desvios na saúde pública estadual estão além dos R$ 112 milhões divulgados após a operação Maus Caminhos. Ele acredita que os desdobramentos da operação serão ainda mais graves, envolvendo mais pessoas.

O prefeito parabenizou a ação do Ministério Público e da Polícia Federal (PF), mas lamentou o envolvimento de mais pessoas, assim como os dois últimos governos, o de Omar Aziz e José Melo. 

A operação desarticulou uma organização criminosa especializada no desvio de recursos públicos do Fundo Estadual de Saúde do Amazonas (FES). Por meio do Instituto Novos Caminhos (INC), o grupo driblava os procedimentos licitatórios para desviar valores a serem investidos no atendimento à população.

Somente nos últimos dois anos, o INC recebeu R$ 220 milhões do governo estadual, quase 25% do total de recursos do FES.

“Acabei de fazer o Amazonia Live, vendemos Manaus para o mundo inteiro, além da Copa do Mundo e das Olimpíadas. E, agora, tem esse escândalo. Nesse momento tem alguém morrendo e temos esse escândalo”, disse. De acordo com o prefeito, as pessoas dependentes da saúde pública Estadual estão morrendo em consequência da falta de competência e pelo governo ter entregue o setor a pessoas que queriam apenas roubar o dinheiro público para gastar com carros, casas, lanchas e até aviões de luxo.

Da Redação / [email protected]