Boi-Bumbá do Amazonas recebe certificado de Patrimônio Cultural

escolha dos agraciados ocorre todos os anos por meio de seleção entre nomes previamente indicados. Este ano, um total de 35 personalidades e instituições brasileiras que se destacaram no cenário cultural do País ao longo dos anos serão reconhecidas. 

Boi-Bumbá do Amazonas recebe certificado de Patrimônio Cultural Notícia do dia 27/11/2018

Na próxima quarta-feira (28), às 18h30, em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), representantes do Complexo Cultural do Boi Bumbá do Médio Amazonas e Parintins vão receber o certificado de Patrimônio Cultural do Brasil. A manifestação foi reconhecida no último dia 9 de novembro, durante a reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que ocorreu em Belém (PA). 
Os modos de brincar o Boi são diferentes dependendo da região do país. Em cada contexto há variações e denominações próprias, além de ocorrer em distintas épocas do ano. Seja qual for a vertente, o folguedo se estabeleceu de forma marcante na região amazônica e, a cada apresentação, faz o coração dos brincantes e de quem assiste pulsar mais forte.

Nessa região, ocorre com mais frequência durante os festejos juninos dos santos católicos: Santo Antônio, São João e São Pedro.
A entrega do certificado é parte da cerimônia da Ordem do Mérito Cultural (OMC), uma condecoração outorgada pelo Ministério da Cultura (MinC) a pessoas, grupos artísticos, iniciativas ou instituições a título de reconhecimento por suas contribuições à cultura brasileira.

A escolha dos agraciados ocorre todos os anos por meio de seleção entre nomes previamente indicados. Este ano, um total de 35 personalidades e instituições brasileiras que se destacaram no cenário cultural do País ao longo dos anos serão reconhecidas. 

Boi de Terreiro, Boi de Rua e Boi de Arena

O folguedo ou a brincadeira do Boi teria chegado à Amazônia por meio das missões jesuíticas, em seu esforço de catequização ao longo do século XVII, retomando tradições presentes no Mediterrâneo europeu e agregando influências indígenas e negras. Já no período de migração para a região amazônica, por conta da exploração das seringueiras e da produção da borracha, essas manifestações da brincadeira do Boi também receberam referências de outras regiões do país, principalmente nordestinas. 
Assim, os Bois do Médio Amazonas e Parintins se caracterizam de formas diferentes. O Boi de Terreiro apresenta o tema de morte e ressurreição do animal e traz, em sua estrutura, um ritual em quatro momentos: rito de chegada; de evolução; de despedida; e por último, rito de matança. Ele se assemelha ao Boi de Rua, que, por sua vez, acontece no espaço urbano e sem lugar fixo. Este é realizado em locais públicos, em interação com as pessoas que ali passam e com os moradores, que oferecem ao dono do Boi e aos brincantes algum tipo de agrado. 
Derivado dos Festivais Folclóricos da região surge o chamado Boi de Arena. Esta modalidade do folguedo se estabeleceu de forma especial na cidade de Parintins (AM) e apresenta características muito específicas.

O Festival Folclórico de Parintins, referência dos estudos sobre o Boi de Arena, ocorre anualmente na última semana de junho. Durante três noites, dois grupos de Boi Bumbá, o Garantido e o Caprichoso, se revezam em apresentações de caráter competitivo, no espaço conhecido como Bumbódromo. O local, assim chamado em alusão ao Sambódromo do Rio de Janeiro (RJ), se pinta nas cores do Boi e milhares de pessoas se dividem entre as duas arquibancadas - uma vermelha, do Garantido; e outra azul, do Caprichoso – enquanto um corpo de jurados avalia a performance dos grupos e decide pelo grande campeão.

Fonte: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Ministério da Cultura