'Nosso inimigo era o tempo', diz Conselho de Artes sobre apresentação do Caprichoso

Mesmo com o tempo cravado, o bumbá conseguiu executar seu projeto de Arena dentro da programação prévia

'Nosso inimigo era o tempo', diz Conselho de Artes sobre apresentação do Caprichoso Foto: Euzivaldo Queiroz Notícia do dia 30/06/2018

Com 2 horas e 28 minutos de apresentação no Bumbódromo, o boi-bumbá Caprichoso conseguiu executar seu projeto de Arena dentro do tempo estipulado. De acordo com Ericky Nakanome, presidente do Conselho de Artes do Caprichoso, o maior rival da associação folclórica sempre foi o tempo, já que o bumbá prometeu uma performance maior que a do ano passado – na qual se saiu vitoriosa.

“Tivemos um tempo cravado, limitado, sabíamos que o nosso maior inimigo seria o tempo. Felizmente conseguimos apresentar tudo que planejamos dentro do tempo estimado”, destaca o artista.

Babá Tupinambá, presidente do Caprichoso, destacou a presença da Galera, item 19 do festival. “A Galera correspondeu, foi ao delírio do começo ao fim. O melhor momento do Caprichoso foi o início, meio e fim. Se Deus quiser, é Caprichoso na primeira noite”, torce o presidente.

Beirando o tempo limite de 2 horas e meia, Babá destaca os esforços do bumbá em cumprir o tempo. “Perdemos uns 6 minutos, mas conseguimos recuperar na lenda folclórica, sobrou 2 minutos”, complementa.

Um dos maiores destaques da noite caprichosa, sem dúvida, foi o “gran finale”, onde um pajé voador selou o Auto do Boi, ao final da apresentação. Babá finaliza dizendo que há surpresas também nas próximas noites do 53º Festival Folclórico de Parintins.

Surpresas e emoção

A primeira noite do bumbá Caprichoso na Arena foi marcada essencialmente pela emoção e supresas. No primeiro momento, o Levantador de Toadas David Assayag surgiu do tronco central de uma árvore que compunha a primeira alegoria "Terra - Mãe Ancestral". O trabalho foi resultado da arte de Nei Meireles e equipe.

A alegoria defendia a pluralidade cultural ao colocar no mesmo palco, Amaterasu (deusa da fertilidade para os orientais), Hera (deusa da família para os ocidentais), Ráume (deusa da fecundidade para os povos do Hawai) e Iemanjá (mãe das mães para os africanos).

Por falar em mulheres fortes, da ala surge Marciele Albuquerque, cunhã-poranga do Caprichoso. Em sua evolução, ela parte para a guerra contra o patriarcado imposto por Jurupari.

Grupos folclóricos também fizeram parte da apresentação do Caprichoso. Afrodescendentes, aias, japoneses estiveram juntos, lado a lado.

Da deusa Hera, surge Valentina Cid, filha da eterna Sinhazinha Karina Cid e descendente do primeiro dono e fundador do Caprichoso, Roque Cid. A grandiosidade de Caprichoso também se comprova na fantasia de luxo da moça mais querida da fazenda. Cristais, rendas e bordados fizeram o diferencial no vestido de Valentina.

Um dos momentos mais marcantes da apresentação de Caprichoso foi a participação diva do carimbó Dona Onete em dois momentos da primeira noite do bumbá azul. A primeira ocorreu ao lado de Edmundo Oran e a segunda anunciando o Auto do Boi.

Netto Simões, o item 12 - Pajé -, levou a Galera ao delírio ao transformar-se em escorpião durante a performance de "Traidor", centésima canção do compositor Ronaldo Barbosa no Festival Folclórico de Parintins.

Brenna Dianná, Rainha do Folclore, fez sua antepenúltima apresentação surgindo na ala "Yurupari, o terror das noites" e mostrou o porquê de ter defendido o título por dez anos. 

Outro destaque da noite caprichosa, sem dúvida, foi o “gran finale”, onde um pajé voador selou o Auto do Boi, ao final da apresentação.

Babá Tupinambá finalizou dizendo que o público ainda pode esperar outras grandes surpresas também nas próximas noites do Caprichoso no 53º Festival Folclórico de Parintins. /// Por Alexandre Pequeno