Inovações da Batucada do Garantido destaque no ensaio técnico

A participação do rocá e do repique, reforçado pelas palminhas, tudo isso dará um prato temperado com a genialidade cabocla, obra de um grupo formado por talentos perrechés

Inovações da Batucada do Garantido destaque no ensaio técnico Levantador de toadas Sebastião Júnior comandou o ensaio da Batucada (foto Cayo Dias) Notícia do dia 21/06/2018

Batuqueiros atentos, discussões sobre detalhes, ouvidos apurados para possíveis arestas que precisam ser podadas com a precisão cirúrgica dos músicos experientes da comissão musical do Boi Garantido. O ensaio técnico desta quarta-feira(20) foi marcado pela presença de todos os envolvidos pela produção, gravação e regência do CD Auto da Resistência Cultural. O resultado prefeito tem gerado um clima de satisfação e otimismo dentro da coordenação, ao ponto do coordenador musical, Marcelo Bilela, ser taxativo. “A batucada está afinada, preparada para o festival e com muita ousadia. Nós vamos defender o nosso item com o objetivo de ser campeão com notas máximas. Com a força da colaboração de Batuqueiros, do nosso levantador, da diretoria. Nós vamos ser campeões”, afirmou Marcelo Bilela.
Observando com atenção, ouvindo principalmente, o ensaio mostra detalhes do porquê desse otimismo. O levantador Sebastião Júnior, o coordenador musical da Batucada Marcelo Bilela, com seu parceiro de comando, Ivoney Sopa, passaram com a Batucada alguns momentos importantes da apresentação no Bumbódromo. Mesmo com alguns trechos apenas sendo revelados, já se pode ter uma ideia de que a força das toadas será uma tônica nessa parte do grande roteiro pensado pela Comissão de Artes. Um misto de emoção e impacto deverá permanecer na ordem das noites para a apresentação da Batucada.
A toada “Consciência Negra” (Paulinho Dú Sagrado) tem recebido atenção especial dos coordenadores musicais. Não somente por fazer parte da essência do tema, como uma das toadas estratégicas, mas pela melodia de acordes fortes e letra metrificada na cadência. Outra toada estratégica é As Cores da Fé (Enéas Dias / Marcos Moura / João Kennedy). Nela, a Batucada mostra a experiência de introdução do agogô, instrumento intimamente ligado com a música negra, como o yorubá e o próprio samba.
E não tem como passar despercebido. A mescla com o som do surdo, que tem tamanhos diferentes dentro da Batucada e, por isso, sons diferenciados. A participação do rocá e do repique, reforçado pelas palminhas, tudo isso dará um prato temperado com a genialidade cabocla, obra de um grupo formado por talentos perrechés como Álder Oliveira, Enéas Dias, Pelado Júnior e Dú Sagrado, os produtores do CD Auto da Resistência Cultural.
Esta noite de quarta-feira, na Cidade Garantido, foi mais um momento de incitação à vontade que chegue logo o dia 29, a sexta-feira derradeira de Junho. Quando a Nação Vermelha e Branca poderá, finalmente, ver e ouvir o resultado desse trabalho. Resultado de um dos temas mais bem embasados dos últimos anos, quase que uma união de todos os temas recentes. Como se tivessem unido vida, fé, paixão, tudo de uma vez.