Parlamentares do AM dizem que crise política segue intensa no Congresso em 2016

Para deputados federais e senadores do Amazonas os primeiros meses do ano ainda serão de dificuldades.

Parlamentares do AM dizem que crise política segue intensa no Congresso em 2016 Notícia do dia 03/01/2016

Manaus - Prlamentares federais do Amazonas divergem sobre uma solução para a crise política que afetou o Congresso Nacional e o governo federal em 2015 e que, segundo os políticos ouvidos pelo DIÁRIO, continuará intensa nos primeiros meses de 2016.
Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), a saída para a crise política é a oposição ao governo de Dilma Rousseff (PT) reconhecer que perdeu a eleição presidencial de 2014.

“Infelizmente, vamos começar o ano com crise, mas creio que ainda vamos fazer um esforço grande para, no início do ano, definir todas as pendências para que a gente possa trabalhar pelo País. A saída para a crise política é o PSDB e o DEM reconhecerem que perderam as eleições. Eles têm todo o direito de fazer oposição, mas sem dar golpe. Em relação ao impeachment, o que se vê é que a oposição quer, tão somente, chegar ao poder e a qualquer custo”, afirmou a senadora.

O deputado federal Arthur Bisneto (PSDB) disse que a solução para a crise é justamente o impeachment da presidente Dilma. “É neste ano (2016) que será resolvida a vida do (presidente da Câmara dos Deputados) Cunha e da Dilma. Será um ano de agenda intensa. A saída para a crise política é o impeachment da Dilma, porque o Brasil está saturado. Esta recente troca no Ministério da Fazenda foi irresponsável, o Nelson Barbosa é um dos maiores gastadores do País”, citou o parlamentar.

De acordo com a deputada federal Conceição Sampaio (PP), a crise política só será sanada quando os políticos deixarem de lado suas diferenças. “Infelizmente, a crise continuará e a saída é o País ser colocado em primeiro lugar pela classe política, deixando de lado os interesses político-partidários”, afirmou.

Para o deputado federal Alfredo Nascimento (PR), durante o primeiro semestre de 2016, a crise dominará os debates na Câmara dos Deputados. “E com grande possibilidade de entrarmos no segundo semestre em meio à crise política. A saída é votarmos o quanto antes o processo de impedimento da presidente e a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara. Esses dois problemas vão continuar dominando as discussões políticas nos próximos meses”, afirmou.

Posição semelhante tem o também deputado federal Silas Câmara (PSD) para quem a saída para a crise se agrava ainda mais em 2016. “O maior problema é a falta de autoridade da presidente Dilma. Ela perdeu a força que a eleição deu a ela nas urnas. Imagine que tudo que ela prometeu se tornou mentira. Estourou uma crise econômica baseada numa desorganização econômica que começou dentro do governo a partir do planejamento errado e das mentiras econômicas que o próprio governo estava praticando com as pedaladas fiscais”, afirmou.

De acordo com o deputado federal Hissa Abrahão (PPS), o País nunca passou por uma crise econômica como a atual, desde 1940. “No triênio 2014, 2015 e 2016, vamos ter uma queda no investimento privado de 30%. O setor industrial tem uma queda de 18%.

A saída é fazer um ajuste fiscal austero. O que está acarretando esta crise econômica é a crise política, esta guerra entre as leis brasileiras, cada vez mais judicializadas na medida em que o Poder Legislativo não consegue propor leis claras para o País, há uma judicialização do Poder Legislativo. Sem contar a questão do impeachment da presidente Dilma e a questão do presidente da Câmara”, disse o parlamentar.

Impeachment e afastamento de Cunha dividem opiniões

O impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), dividem opinião dos parlamentares do Amazonas. Os dois processos entram na pauta no primeiro semestre de 2016.

Dos seis parlamentares ouvidos pelo D24AM, dois se declararam contra o impeachment da presidente, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) e o deputado federal Alfredo Nascimento (PR). Apenas o deputado federal Arthur Bisneto se declarou favorável.

Não quiseram adiantar seus votos, caso o processo de impeachment seja votado no plenário, os deputados Hissa Abrahão (PPS), Silas Câmara (PSD), além da deputada Conceição Sampaio (PP).

“Não é bom ficar antecipando voto. O País está muito conturbado, mas eu entendo que todos os políticos que tenham processo tramitando têm que ser punidos na forma da lei. No momento correto, irei me manifestar, só não quero antecipar voto porque não acho correto”, disse Hissa.

Sobre o afastamento do presidente da Câmara, dissseram ser favoráveis a senadora Vanessa Grazziottin e o deputado Alfredo Nascimento. Não quiseram se manifestar sobre o assunto ou antecipar o voto os deputados Silas Câmara, Hissa Abrahão e Conceição Sampaio. Arthur Bisneto disse que o afastamento é uma decisão pessoal de Cunha. //D24am