Queda de Levy é vitória de Lula

Nos últimos meses, Lula intensificou, nos bastidores, críticas à política econômica e vinha aconselhando a presidente a substituir Levy

Queda de Levy é vitória de Lula Notícia do dia 18/12/2015

A queda de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda já é considerada no núcleo do Palácio do Planalto como uma vitória do ex-presidente Lula.

Nos últimos meses, Lula intensificou, nos bastidores, críticas à política econômica e vinha aconselhando a presidente a substituir Levy.

Nelson Barbosa, novo titular da Fazenda, é um nome de confiança de Lula e, quando esteve fora do governo, frequentava o Instituto Lula, em São Paulo.

Nas conversas com Dilma, Lula argumentava que Levy fazia uma política econômica muito voltada ao fiscal, o que estava agravando a situação do país.

Nessas conversas, Lula alertava que a política de Levy afastava Dilma de sua base social, o que era um risco, principalmente em meio a um momento de fragilidade política do govenro em razão do processo de impeachment da presidente Dilma.

Por isso, então, o grupo de Lula pressionava por essa saída.

Como informou o Blog, havia torcida organizada dentro do Planalto pela queda de Joaquim Levy.

A saída dele foi antecipada para esta semana, segundo o Planalto, por movimentos feitos pelo próprio Levy.

 

Dilma define Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda

A presidente Dilma Rousseff, depois de várias consultas, bateu o martelo em torno do nome do ministro Nelson Barbosa para comandar o Ministério da Fazenda no lugar de Joaquim Levy. A previsão é que a confirmação do nome dele na pasta ocorra ainda nesta sexta-feira (18).

A escolha de Nelson foi uma solução caseira. Isso porque, apesar de terem sido especulados nomes do mercado, o governo estava com dificuldades de achar alguém que aceitasse a missão.

Como informou o blog mais cedo, Nelson Barbosa foi visto nesta sexta pouco depois das 16h no gabinete da presidente Dilma Rousseff, no terceiro andar do Palácio do Planalto. Nesta reunião, também foram vistos os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo).

Nelson Barbosa é um nome que teve o aval do ex-presidente Lula, o que sinaliza para uma inflexão na política econômica. Dilma estava sendo pressionada a fazer um aceno a sua base e havia uma torcida no Palácio do Planalto pela saída de Joaquim Levy.

Visto como um obstáculo à mudança da política econômica, Levy passou a ser atacado por ministros mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A lógica para esses ataques é pragmática: num momento de grave crise política, é preciso flexibilizar o rumo da economia como uma sinalização aos seguimentos sociais que apoiam o governo Dilma. /// Por Gerson Camarotti