Júnior de Souza 21 anos fazendo arte no Festival Folclórico de Parintins

Festival de 2018 será especial na vida desse talentoso artista da Ilha de Tupinambarana

Júnior de Souza 21 anos fazendo arte no Festival Folclórico de Parintins Júnior entre o filho Pablo e a esposa Milena Notícia do dia 21/03/2018

A descoberta dos meus Dons para arte se deu bem cedo, na realidade, tudo começou na oficina de funilaria e mecânica do meu saudoso Pai (Aristheu - Domingão). Neste ambiente aparentemente normal eu nem imaginava o quão seria importante para minha vida aqueles aprendizados de pintura e mecânica. Porém, não demorou para que o jovem garoto fascinado com um tal de Festival dos Bois começasse a aplicar suas idéias na fabricação de seus próprios brinquedos. Essas velhas lembranças levo comigo para sempre: é fascinante imaginar, criar e ver tudo ganhando vida com movimentos, luzes e cores.

Aos 15 anos lá estava eu iniciando minha vida dentro daquilo que assistia e me inspirava. Naturalmente de pena em pena, Q.G. a Q.G. e com grandes mestres. Eu aprendi, me aprimorei e não demorou para que chamasse atenção pelos meu trabalhos, talento e grandes ideias. O primeiro grande ápice da minha carreira aconteceu quando por puros méritos e objetivos alcançados fui chamado para comandar uma equipe na confecção de uma alegoria no Boi Garantido (1995), quem diria. O reconhecimento e o primeiro grande trabalho que oficialmente me lançou como artista foi a Lenda do Mapinguari – 1997 (ser lendário que sucumbiu num lago no meio da arena - foi um sucesso). A partir disso iniciamos uma nova era no Festival Folclórico de Parintins, onde os bicho antes estáticos e rústicos tomaram vida: andaram, piscaram, bateram palma e sorriram. Quem não se lembra do Anhangá-1998, Fera das Águas-1999, Maricá-2001, Curupira-2002, Juma 2004, Ynhagorom-2005, Sunia-Paanami-2006, Espírito da Preservação-2008 e outros.

Outro grande momento importantíssimo para minha vida artística e que muito me honra lembrar. Foi o convite feito a mim em 1999. Neste ano fui convidado para uma nova era no Boi Garantido, na qual foi criada a Comissão de Artes (Grupo de pessoas especialistas e divididas em seus determinados setores, que juntam suas idéias para construção de um grande espetáculo), dentro da comissão fiquei responsável pela direção cenográfica (Concepção alegórica geral), o sucesso foi logo na estreia. Ganhamos 1999, 2000, 2001, 2002, 2004, 2005, 2006, 2009, 2011, 2013, 2014. Sem dúvidas foi uma grande divisão de conquistas (profissional e pessoal). Sou Grato ao Boi Garantido por tudo o que me possibilitou evoluir, não fiz nada do que minha obrigação como artista para com essa apaixonada galera. Fizemos e vivemos grandes momentos juntos.

Porém, a história me possibilitou escrever um novo capítulo. Acredito que Deus é o grande comandante da vida e se ele me abriu um novo caminho. Eu compreendi que meu compromisso é e sempre será com esse povo e com essa festa. Mudam-se as paletas, mas a arte continua e sempre continuará em quanto Deus me der luz e força. No livro da vida sigo com a certeza de que por onde passei procurei dar o melhor de mim, aprendir, construir grandes amizades e consequentemente deixei grandes legados que muito me acrescentam para continuar vivendo o sonho de ser artista.

Agradeço a Deus por todo discernimento, meus pais por toda educação e ensinamento, minha família por todo apoio e força e a todos que admiram, valorizam, reconhecem e são fãs do meu trabalho. Não há nada mais gratificante para um artista do reconhecimento dos fãs. Saibam, vocês são as energias que movem nossos sonhos. Eu igual a vocês sou apaixonado e tenho imenso orgulho dessa festa. Acreditem muita coisa vem por ai... Deus está no comando! Obrigado!

* Júnior de Souza – O Considerado

Histórico das alegorias 

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