Joelma 'esquece' Chimbinha e público 'aprova' Calypso em Brasília

Guitarrista não veio ao DF; músico admitiu traição, mas negou agressão

Joelma 'esquece' Chimbinha e público 'aprova' Calypso em Brasília A cantora Joelma ao lado do guitarrista Ian Marinho, substituto de Chimbinha na banda Calypso Notícia do dia 17/10/2015

O nome de Chimbinha apareceu apenas uma vez durante o show do Calypso em Brasília na madrugada desta segunda-feira (12), e não veio da boca de Joelma, nem do público. O guitarrista foi identificado no letreiro exibido no telão durante no final de "Se quebrou", a última música do repertório. No restante do espetáculo, a cantora Joelma cantou, balançou os cabelos, trocou de figurino duas vezes e distribuiu ao público a coleção de hits que ele esperava.

Foi o primeiro show do Calypso em uma grande cidade desde o incidente do último dia 4 em Teresina, quando Chimbinha saiu do palco depois de ser vaiado, após a décima canção, "Tchau pra você".

A apresentação no Piauí também teve Joelma cantando dos bastidores as quatro primeiras músicas e o baterista abandonando as baquetas alegando ter sido atingido no olho por um objeto supostamente arremessado pelo público.

Também foi a primeira vez que Joelma esteve no Distrito Federal desde 30 de agosto, quando participou do "Maior São João do Cerrado". Na oportunidade, ela disse que "ser humano é que trai, a lua não trai, não", logo depois de tocar "A lua me traiu", um dos maiores sucessos do grupo.

Na apresentação desta madrugada não houve nenhum incidente. Guitarrista que substituiu Chimbinha, o pernambucano Ian Marinho atuou discretamente, permanecendo ao lado do percussionista o tempo todo.

"A lua me traiu" estava entre as músicas, assim como "Pra te esquecer", "Isso é Calypso", "Dudu", "Estou esperando por você", "Tchau pra você", "Desfaz as malas", "Vamos ficar de bem" e outras tantas canções. O público aprovou o show e também não pareceu sentir falta do guitarrista.

Joelma não conversou com a imprensa antes e depois do show. No palco, a única vez em que a cantora fez menção ao atual momento da vida pessoal foi antes de cantar "Barca furada". Neste momento, o público começou a gritar "Joelma, eu te amo".

"Toda vez que a gente sofre um baque é assim. A gente fica triste, a gente chora, a gente cai. Mas Deus é poderoso. Ele te pega assim e te levanta." Em seguida, ela entoou os versos da música. "Não vou mais chorar, por você não vou mais sofrer. Se você não sabe, meu coração precisa arrumar outra paixão."

Chimbinha no Fantástico
O show do Calypso no DF aconteceu poucas horas depois de o Fantástico, da TV Globo, exibir uma entrevista com Chimbinha. O guitarrista admitiu que traiu Joelma, mas negou que tenha agredido a ex-mulher. Foi a primeira vez que o músico falou sobre a separação.

Durante a conversa, o artista disse que vai encontrar outra cantora para que a banda não deixe de existir. "A banda Calypso não pode acabar. Se não for com ela vai ser com outra pessoa", disse.

Segundo ele, os problemas conjugais ocorreram por desgaste. "São muitas histórias. O excesso de trabalho levou a um desgaste muito grande. A gente não conversava mais sobre nós dois, sobre nossos filhos, sobre o nosso casamento."

Pouco depois da exibição da entrevista, o guitarrista divulgou um vídeo com a cantora Jade apresentando a música "Quem não te quer sou eu". A letra da canção traz frases como "tudo se perdeu, você teve a chance de ter um romance mas machucou, magoou, morreu e agora sou eu que não volto atrás" e "quando você foi levou de mim a vontade de amar, deixando-me assim".

A música "Quem não te quer sou eu" é de autoria de Nivaldo Fiuza e Firmo Cardoso e foi gravada pelo grupo Sayonara, de Belém, a mesma cidade do Calypso. A cantora Jade também é da capital paraense, é amiga de Chimbinha e já foi produzida por ele.

Antes de Brasília
Para o show na capital, o guitarrista escalado foi Ian Marinho, que já havia acompanhado o Calypso depois que aJustiça do Pará determinou que Chimbinha não poderia se aproximar de Joelma, com base na lei Maria da Penha.

Joelma registrou um boletim de ocorrência na delegacia do bairro Jaderlândia, em Ananindeua, alegando que se sentia ameaçadapelo ex-marido. A medida judicial foi cancelada por uma liminar da Justiça, que permitiu posteriormente que Chimbinha tocasse com a ex-mulher.

A informação de que Chimbinha não iria aos próximos shows do Calypso foi divulgada na última quarta-feira (7) pela assessoria do guitarrista. No comunicado, o músico pediu desculpas aos fãs do Calypso em Santo Antônio do Descoberto e Niquelândia, em Goiás, e em Brasília, que não veriam a formação completa da banda.

“Não se preocupem: a gente se reencontra em breve. Ainda falta muito tempo para que alguém faça a minha guitarra calar. Amo cada um desses fãs que respeitam a Calypso e sua história”, diz um trecho.

Outro que não se apresenta mais com a banda é o baterista Juquinha. Ele foi substituído por Anderson Souza. De acordo com a assessoria de Chimbinha, o percussionista foi atingido no olho por um objeto, que teria sido arremessado por alguém da plateia durante show do Calypso em Teresina, no último domigo (4), e que por isso quis se desligar da banda, onde tocava havia 11 anos. A agressão não foi registrada na polícia.

“Não vou colocar em risco a vida de quem me acompanha há muitos anos, seja ele músico, roadie, motorista, produtor, figurinista, um fã e até mesmo minha ex-esposa. A situação em Teresina poderia ter tido um final trágico e eu não quero isso nem pro meu pior inimigo, quanto mais para pessoas que eu respeito. Quem quiser brincar com esta situação que brinque, mas quem me conhece sabe do meu profissionalismo e responsabilidade; não farei isso”, disse Chimbinha. /// G1