Dois Milhões: Jovens presas após beijo gay processam deputado Marco Feliciano

Daniel Galani, advogado das jovens, entende que a ação serve como exemplo de luta contra a opressão aos homossexuais: “Não era um espaço religioso, era um espaço público, um local que estava financiado pelo poder público".

Dois Milhões: Jovens presas após beijo gay processam deputado Marco Feliciano Feliciano pediu a Guarda Civil manda prende as jovens Notícia do dia 28/01/2015

Joana Palhares, de 20 anos, e Yunka Mihura, de 22, entraram com uma ação no Tribunal de Justiça de São Paulo contra Marco Feliciano, após serem expulsas ao se beijarem em um protesto contra declarações do deputado, durante um culto em setembro de 2013.

As estudantes pedem uma indenização ao pastor e à Prefeitura de São Sebastião, no valor de R$ 2 milhões, por danos morais. Na época, Feliciano pediu que a polícia desse ‘um jeitinho’ nas jovens, após as duas se beijarem em público. “A Polícia Militar que aqui está dê um jeitinho naquelas duas garotas que estão se beijando. Aquelas duas meninas têm que sair daqui algemadas. Não adianta fugir, a Guarda Civil está indo até aí. Isso aqui não é a casa da mãe joana, é a casa de Deus”, disse.

Daniel Galani, advogado das jovens, entende que a ação serve como exemplo de luta contra a opressão aos homossexuais: “Não era um espaço religioso, era um espaço público, um local que estava financiado pelo poder público. Elas fizeram uma manifestação contra o deputado e ele pediu a prisão das duas para a Polícia Militar, que, por bom senso, não cumpriu. Mas a Guarda Civil foi e cumpriu. E não só prendeu as duas, como também as agrediu. Temos testemunhas dessas agressões. É uma ação necessária. Pode ser um divisor de águas na causa dos homossexuais, uma classe que é sempre colocada de lado pelo legislador. Vamos aguardar a postura do Judiciário e ir até o STF se for necessário.”, declarou.

 

A demora em entrar com a ação, de acordo com o advogado, se deu porque a dupla aguardava o fim das investigações da polícia sobre o caso.  A gente estava esperando a polícia fazer a análise das provas e essa análise, quase um ano e meio depois, ainda não saiu, talvez por motivos políticos. Quando percebemos isso, decidimos que não poderíamos esperar mais e decidimos entrar com a ação , disse. 

O ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, por sua vez, já está sabendo do processo e “está tranquilo”, de acordo com a sua assessoria de imprensa. Uma nota publicada pelo chefe de gabinete do deputado, Talma Bauer, diz: “Alegaram homofobia, mas isso não existe nem na Constituição e nem no Código Penal. Elas estavam seminuas montadas nas costas de dois rapazes, foi ridículo. Elas estão fazendo o Judiciário perder tempo. Estamos tranquilos, serenos. A ação carece de fundamento, é mais um absurdo”.

 

Vale lembrar que na época do escândalo, o pastor chegou a comentar o assunto no Twitter, mas depois apagou as mensagens, “Fazem isso contra evangélicos porque somos pacatos, de paz, mas não somos trouxas! A lei será empregada sempre que ferirem nosso direito”, disse. Houveram depois várias manifestações pedindo a saída do deputado da presidência da Comissão de Direitos Humanos, com cartazes de “Fora, Feliciano!”, o que aconteceu em dezembro daquele ano. Já nas eleições mais recentes, ele foi o terceiro candidato a deputado federal mais votado em São Paulo.//// Fonte Portal do Holanda