Senadora Vanessa recebe dos índios denuncia de desvio de recursos e nepotismo no Dsei/Parintins

“Indícios esses evidenciados em sua própria prestação de contas referente ao ano de 2014, que foi reprovada pelo Conselho Distrital de Saúde Indígena, cujos membros reprovaram também o seu Relatório Anual de Gestão”, afirma trecho da nota de Repúdio.

Senadora Vanessa recebe dos índios  denuncia de desvio de recursos e nepotismo no Dsei/Parintins Notícia do dia 01/09/2015

PARINTINS, AM - As lideranças indígenas das etnias sateré-maué e hexkayana entregaram a senadora Vanessa Grazziotin (PC do B) denuncia contra a coordenadora do Distrito Sanitário Especial Indígena ( Dsei/Parintins) – a 325 quilômetros de Manaus - Paula Cristina Rodrigues, que teve as contas da gestão dela do ano de 2014, reprovadas pelo Conselho Indígena de Saúde (Condisi), por malversação de recursos públicos. Anexo, ao relatório circunstanciado, aprovado na Conferência da Fundação Nacional de Saúde (Funai), foi entregue ainda nota de Repúdio contras desmandos da atual coordenadora. Os indígenas ocupam a sede do Dsei, em Parintins, há oito dias.

 

Presidente do Conselho de Saúde Indigena, Manoel Nunes, entrega denuncia a a senadora Vanessa

A senadora esteve em Parintins na sexta-feira (28). A nota de Repúdio é assinada pelo presidente do presidente do Condisi, Manoel Nunes Filho, representantes de organizações indígenas e os quatro tuxauas-gerais das quatro reservas indígenas do Baixo Amazonas, que são: Kassawa (Alto Nhamundá); Rio Andirá (Barreirinha), Rio Uaicurapá ( Parintins) e Rio Marau( Maués). “Indícios esses evidenciados em sua própria prestação de contas referente ao ano de 2014, que foi reprovada pelo Conselho Distrital de Saúde Indígena, cujos membros reprovaram também o seu Relatório Anual de Gestão”, afirma trecho da nota de Repúdio.

NEPOTISMO 

No documento, as lideranças reiteram superfaturamento nas compras para as Casas de Saúde Indígenas (Casais), e da existência de Nepotismo dentro do Distrito de Parintins.  “ A prática de nepotismo está confirmada na contratação, pela ONG Missão Evangélica CAIUA, prestadora de serviços terceirizada, de parentes de primeiro grau de servidores que ocupam cargos de sua confiança, transformando o órgão do subsistema de saúde indígena em um feudo particular, montado exclusivamente com o propósito de dilapidar recursos públicos”, diz outro trecho da nota.

Em  entrevista a Imprensa, Paula Cristina Rodrigues, refutou as denuncias de desvio de recursos, chamou os indígenas de baderneiros e de quererem tumultuar a gestão dela. A coordenadora também aponta envolvimento político e que as lideranças, que ocupam a sede da Sesai, não seriam da base, ou seja, das comunidades indígenas. As declarações revoltou ainda mais os manifestantes.

“Em relação às suas afirmações, temos a dizer que são afirmações desesperadas de alguém que tenta desclassificar provas reais de reprovação de suas contas por indícios de irregularidades com a finalidade de justificar seus malfeitos para se manter no cargo”, citam as lideranças e completam: “afinal de contas, o que está em jogo para a senhora Paula Cristina e para seus cúmplices é a manipulação de milhões de reais, dinheiro esse que possui todo um significado para essa senhora que persegue e a todo custo tenta se perpetuar no poder a frente do Dsei. Para nós indígenas o que está em jogo são o respeito e a sobrevivência de nossa gente que vive submetida a todo tipo de desrespeito e tratamento desumano na Casa de Saúde Indígena”,  finalizam as lideranças da Região do Baixo Amazonas.

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