Presidente da Funai pede que secretário da Sesai negocie com indígenas em Parintins

O presidente da Funai, João Pedro, falou a Antônio Alves da sua preocupação sobre o clima de tensão em Parintins, após noticia de confronto entre índios e servidores do Dsei.

Presidente da Funai pede que secretário da Sesai negocie com indígenas em Parintins Notícia do dia 29/08/2015

PARINTINS - AM O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Pedro Gonçalves, pediu ao secretário Nacional de Saúde Indígena (Sesai), Antonio Alves, que o órgão encontrei uma saída para resolver o impasse com os indígenas que ocupam há seis dias a sede do Distrito Sanitário Especial Indígena de Parintins (Dsei).- distante a 325 quilômetros de Manaus. “Pedi ao secretário que negocie com os indígenas. Brasília precisa dar uma resposta sobre essa ocupação em Parintins”, disse por telefone o presidente da Funai, ao blog deAmazônia. Os indígenas das etnias Hexkaryana e Sateré-Maué ocuparam o prédio do Dsei após reprovarem em assembleia do Conselho de Saúde Indígena ( Condisi) a prestação de contas da coordenadora do Distrito, Paula Cristina Rodrigues, do exercício de 2014, por indícios de irregularidades na aplicação de recursos.

O presidente da Funai, João Pedro, falou  a Antônio Alves da sua preocupação sobre o clima de tensão em Parintins, após noticia de confronto entre índios e servidores do Dsei. “Falei a ele que se tratava da minha cidade natal e que era preciso que a Sesai dialogasse com os indígenas. Se está havendo ocupação porque alguma coisa está errada na gestão. Se há algo errado tem que mudar. Cobrei uma resolução para o problema. Estou a favor dos povos indígenas”, acentuou. As lideranças e organizações indígenas do Baixo Amazonas pedem a saída de Paula Cristina. Eles a denunciaram ao Ministério Público Federal e Polícia Federal.

O secretário da Sesai disse a João Pedro que está constituindo uma comissão especial para se deslocar até Parintins e negociar com as etnias. “O secretário disse que uma comissão da Sesai vai a Parintins negociar com os indígenas. Vejo que o dialogo é a melhor saída”, conclui João Pedro.

 

Polícia militar evitou confronto

Ontem, de manhã, um confronto entre servidores da Sesai e um grupo de 20 índios, pró-coordenadora, em frente ao Distrito de Saúde, contra os indígenas que ocupam o prédio, quase acaba em tragédia. A Polícia Militar evitou o pior. As lideranças analisaram a questão como uma afronta e acusaram Paula Cristina de pressionar os funcionários e de colocar os índios contra o movimento. No final da manhã, os 20 índios hexkaryanas rebelados, após conversarem com o tuxaua-geral da tribo, Levy Feya, gravaram um vídeo em apoio a manifestação de ocupação a Sesai.       

O tuxaua da reserva do Rio Andirá, em Barreirinha, Mateus Batista Sateré, disse que já foram feitas várias denuncias contra a gestão da coordenadora Paula Cristina e que o secretário Antônio Alves faria vista grossa. No meio do grupo indígena se comenta que Paula seria protegida do secretário. “Da última vez Antonio Alves colocou ela dizendo que a Paula ficaria por três meses e já está aí há quatro anos. Fomos enganados por ele. Não tem remédio, não tem logística e estamos abandonados na base. Por isso queremos a saída dela”, afirmou. “Essa ocupação é por tempo indeterminado e vamos dar um prazo ao secretário para mandar ela embora daqui”, afirmou Paulo Batista, tuxaua da reserva do Rio Marau, em Maués.    

Baderneiros

No dia da ocupação do Dsei, Paula Cristina, disse a imprensa que os índios eram baderneiros e queriam, tumultuar o trabalho dela. A coordenadora também negou que manipule funcionários. Ela disse ainda que não existe superfaturamento na prestação de contas e que a reprovação das contas delas foi um fato político. Em  2014, a Sesai Parintins receber aporte financeiro de R$ 7 milhões.

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