No primeiro semestre deste ano, os trabalhadores do Amazonas obtiveram um aumento real médio em seu salário de apenas 0,39%, o pior resultado desde 2008, conforme o balanço das negociações salariais realizado pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese).
De acordo com a entidade, um significativo número de negociações (33,3%) não conseguiu repor a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), enquanto 11,1% do painel analisado obtiveram somente reajustes iguais à inflação.
Na prática, a inflação faz com que o dinheiro perca o poder de compra, ou seja, é necessário mais dinheiro para comprar a mesma quantidade de bens ou serviços.
Entre os setores estudados, a indústria foi o que mais sentiu o impacto da piora da situação econômica atual, segundo o Dieese, ao menos no que se refere à negociação dos reajustes salariais. Quando se comparam os reajustes do primeiro semestre das cinco unidades de negociação do setor, com os conquistados pelos mesmos acordos em anos anteriores, verifica-se que 2015 foi o ano mais desfavorável.
Já as empresas de serviços foram as que ofereceram maior proporção de reajustes com ganhos reais no semestre (75%), a maior parte nas faixas com ganho real de até 2% acima da inflação. No setor de comércio, as negociações entre trabalhadores e patrões estão em andamento.
O acompanhamento dos resultados das negociações ao longo dos anos tem demonstrado que, em períodos de elevação consistente da inflação, as conquistas de reposição de perdas e de aumento real tendem a se tornar mais difíceis.
Para o Dieese, o desempenho das negociações salariais no segundo semestre dependerá, em boa parte, do desenrolar do cenário atual. // D24am