Polícia acredita que pai e mãe de bebê mentem em depoimentos

Segundo sua versão, o pai da criança a chamou para uma viagem de canoa, afirmando que iria pagar a pensão do filho com o dinheiro que pegaria em um flutuante próximo do local.

Polícia acredita que pai e mãe de bebê mentem em depoimentos Notícia do dia 23/08/2015

O titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Ivo Martins, afirmou neste sábado, 22, que as versões contadas por Cleudes Maria Batista de Moraes e Josias Oliveira Alves,  durante depoimento sobre o caso do bebê de apenas quatro meses jogado no Rio Negro, parecem ser "fantasiosas e mentirosas". 

Segundo o delegado, as investigações ainda irão demorar, já que o filho do ex-casal não foi encontrado. Ele chegou a dizer ainda que não pode afirmar se o bebê está vivo ou morto, como afirmam os pais. “Ele dá uma versão, em determinado momento mentirosa, em determinado momento fantasiosa, assim como ela, que parece ser não crível e ao mesmo tempo fantasioso", disse. 

Na próxima semana, será realizada uma acareação entre Josias e Cleudes, antes de ser iniciada a reconstituição do caso. 

Na última quinta-feira, Cleudes foi até a sede da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), onde depôs por várias horas. Na ocasião, ela voltou a declarar que Josias jogou o bebê, Pablo Pietro, no Rio Negro. Segundo sua versão, o pai da criança a chamou para uma viagem de canoa, afirmando que iria pagar a pensão do filho com o dinheiro que pegaria em um flutuante próximo do local. Mas conforme Cleide, Josias acabou levando a ex e o bebê para o meio do rio, onde os dois teriam iniciado uma discussão. Josias teria agredido a jovem com o remo, jogado o bebê no rio e tentado enforcar a mulher depois disso. Cleudes afirma que conseguiu fugir nadando do meio do rio até a margem. Ela disse ainda que Josias mandou que ela pulasse do barco.  "Ela teria pulado, nadado. Eu perguntei pelas bolsas e celular. Ela disse que ele voltou até o porto, e preocupado com a situação, devolveu as bolsas pra que ela pudesse seguir”.

Já Josias apareceu na DEHS na sexta-feira, 21, após ficar uma semana sumido, afirmando ter medo de represálias. "Ele diz que estava pilotando o barco e ela de frente pra ele. Em determinado momento, ela teria dado um beijo na testa da criança e lançado a criança ao rio, ocasião em que ele, assustado, segurou o braço da criança, momento em que ela, valendo-se de uma faca, que tirou da cintura, ameaçou tomar a criança de volta e novamente jogou a criança ao rio”, informou o delegado. 

Josias disse ainda que a ex-companheira impediu que ele pulasse para salvar o bebê, e teria ameaçou com uma faca. “Falando algo do tipo ‘se você pular eu te mato’. Estranho, a gente não consegue guardar compatibilidade. Ela pulou no rio e resolveu voltar pro barco. Se o cara queria matar, como que autorizou ela voltar pro barco?”, questiona o delegado.  

Ainda segundo Josias, ele estava com medo e teria voltado para o meio do rio após deixar Cleudes no porto, quando foi abordado por uma embarcação com quatro pessoas. “Um deles saiu da embarcação foi até a embarcação em que ele (Josias) estava. Essa pessoa determinou que ele pulasse no rio e que estaria matando ele afogado a mando da Cléo, a pessoa que ele tinha acabado de deixar lá, numa versão, que a gente fala da fantasia”. // Portal do Holanda