Dois mortos no final de semana por afogamento em Parintins

Falta de salva-vidas aumenta o risco de morte durante incidente no Rio

Dois mortos no final de semana por afogamento em Parintins Canoas grandes ou bajaras usadas junto dos rabetas pela população ribeirinha Notícia do dia 20/11/2017

Marinha vai adotar medidas rigorosas para o uso de colete em pequenas embarcações.

O final de semana foi trágico para famílias de duas vítimas de afogamento. A primeira ocorreu no sábado(18) tendo como vítima o pequeno Luiz Felipe da Costa Marialva, de dois anos de idade. E o outro no domingo (19), um homem ainda não identificado desapareceu no Paraná do Ramos ao tentar consertar um rabeta.

Esses fatos motivaram ainda mais a Marinha do Brasil a adotar medidas rigorosas quanto ao uso do colete salva-vidas.

"Não pode ser cultural as pessoas do interiror viajarem em canoas, rabetas e bajaras, sem coletes. A tolerância agora é zero. Muitas foram as orientações, não podemos ter mais vítimas por imprudência" alertou o agente da Capitania dos Portos de Parintins, Capitão Marcelo Barrios.
Na noite de sábado ao retornar de uma missão na região do Mamuru, uma canoa com quatro homens ingerindo bebida alcoólica foi apreendida, sendo liberada após a apresentação dos equipamentos de segurança naval. Outra denúncia é que moradores da Comunidade da Brasília atravessam o Rio Amazonas sem coletes.
"Você economiza R$50 reais com o colete e depois o prejuízo é maior. Você perde a vida. Por incrível que pareça muitos ainda falam que colete não salva. Temos mais uma prova de que se estivesse de colete a criança poderia estar viva" argumenta. A cobrança será rigorosa. Todas as embarcações serão paradas se não estiverem com os coletes, sendo liberadas mediante apresentação dos equipamentos.

Entenda o caso

O pequeno Luiz Felipe da Costa Marialva, de 1 ano e 11 meses entrou para a estatística de vítimas de afogamento no Rio Amazonas. O fato aconteceu por volta das 11h de sábado, no dia 18 de novembro. A família navegava em uma canoa de 6 metros conduzindo 30 melancias. Ele estava no colo da mãe Estefany Costa da Silva, 19 anos, grávida de 4 meses que também não sabia nadar, quando a canoa começou a tomar água nas proximidades da cidade Garantido, vindo a pique. Estavam ainda o pai Felipe Marialva da Silva, 30 anos, e o tio do menino Fábio Marialva da Silva. As quatro pessoas retornavam da comunidade do Jacaré na região do Limão quando o fato aconteceu. Nenhum dos ocupantes da canoa usavam o colete. As buscas pelo corpo do menino foram feitas no sábado e domingo pelos homens do Corpo de Bombeiros com apoio da Marinha do Brasil, sem sucesso.
O presidente da Soamar Brasil, Nelson Brelaz, acompanhou as buscas e contribuiu com equipamentos.
O Comandante agradeceu a parceria da Soamar que prestou solidariedade à família e apoio a missão.

Homem está desaparecido no Paraná do Ramos


No início da noite deste domingo(19) o agente da Capitania dos Portos de Parintins, Capitão Marcelo Barrios, foi informado por meio do tenente bombeiro Amorim que, aproximadamente às 12h, dois cidadãos navegavam pelo Paraná do Ramos, quando a rabeta em que estavam, parou de funcionar e, ao tentar conserta-lá, um deles caiu no rio desaparecendo logo em seguida. Pelo avançado do horário não há como enviar uma equipe de Inspeção Naval para o local, mas amanhã segunda-feira(20), às 08h a Marinha do Brasil estará indo para o local levando a equipe dos bombeiros e mergulhadores. A informação é de que eles também não usam coletes. Ele lamentou a perda de mais uma vida.

Josene Araújo
Diretora de Comunicação Soamar/Parintins.
Fotos: Agência da Capitania dos Portos Parintins