Brasileiro acusado de abuso no Pan diz que relação foi consensual

Thyê foi acusado de ter abusado de uma mulher de 22 anos em sua casa, no último dia 16, quinta-feira, um dia depois da derrota brasileira para os Estados Unidos na final dos Jogos Pan-Americanos.

Brasileiro acusado de abuso no Pan diz que relação foi consensual Notícia do dia 27/07/2015

Acusado pela polícia canadense de abuso sexual, Thyê Mattos admitiu à comissão técnica da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos ter se relacionado com a suposta vítima durante o Pan de Toronto. O goleiro da seleção brasileira de polo aquático, no entanto, afirmou ser inocente e que a relação teria sido consensual. Em contato com o GloboEsporte.com, Ricardo Cabral, supervisor técnico da equipe, disse que o atleta, que participou normalmente do treino desta sexta-feira, em Kazan, está muito abalado com as acusações. A delegação está na cidade russa para disputar o Mundial de esportes aquáticos 2015, que começou nesta sexta. A identidade da vítima foi preservada, e a ordem de prisão contra o brasileiro já foi emitida.

– Nós fomos informados, acabamos de saber. Todo mundo foi pego de surpresa. O atleta nega. Nós estamos tomando as devidas providências. O próprio Comitê Olímpico Brasileiro está com advogados em Toronto. Ele está muito abalado com a situação. Ele afirma que não foi isso. Nós estamos preocupados e é mais seguro para ele neste momento não ficar exposto – afirmou o dirigente.

– Ele falou que realmente esteve com a menina, mas que foi consensual. Ele está surpreso, muito abalado. Está muito preocupado, não sabe o que pode acontecer. Ele vai entrar em contato com a família para tranquilizar a todos. É uma coisa muito injusta. Ele está sendo investigado, já estão acusando ele. É uma coisa bem ingrata. Vai ter de ser forte. É ruim, ruim para o grupo todo – completou.

Segundo Cabral, Thyê só foi informado sobre o caso durante a coletiva de imprensa realizada pela polícia canadense nesta sexta-feira. Por conta do abalo, o atleta deve receber auxílio do médico da seleção. O supervisor afirma que a delegação brasileira cogita o retorno do jogador ao Brasil, mas que ainda vai analisar o melhor caminho a seguir.

– Vamos retornar ele para o Brasil. Ele está muito abalado psicologicamente. Ele desabou. Diz que não fez nada disso. A gente acredita até então. Então, vamos ver o desenrolar disso. Todo mundo foi pego de surpreso, inclusive ele.

– A gente está discutindo isso, vendo o que é melhor. No momento, não tem condição de sair daqui, enfrentar um voo longo sozinho. A gente não sabe o que pode acontecer. Vamos ver o que vamos fazer, na medida que ele diz que não fez. Nossa obrigação é acreditar nele. Vamos ver o que fazemos para preservá-lo até que se esclareça a situação. Não sabemos se é o momento de levá-lo para o Brasil – afirmou.

Cabral afirma que o Comitê Olímpico do Brasil já está tomando as providências jurídicas necessárias para atender ao caso.

– O Comitê Olímpico Brasileiro está com departamento jurídico internacional lá acompanhando o caso. Vamos ver como vai se desenrolar. Agora, vamos ver. Isso aí agora é caso policial, com o advogado. É muito chato que aconteceu, mas… – afirmou.

Thyê foi acusado de ter abusado de uma mulher de 22 anos em sua casa, no último dia 16, quinta-feira, um dia depois da derrota brasileira para os Estados Unidos na final dos Jogos Pan-Americanos.

Segundo Joanna Beaven-Desjardins, inspetora de crimes sexuais da polícia de Toronto, Thyê, acompanhado de um companheiro de seleção, teria ido à casa da vítima no dia 16. O horário não foi informado, mas o crime teria ocorrido durante a madrugada ou pela manhã. Lá, teria se aproveitado que a mulher estava dormindo e abusado sexualmente da vítima. Na sequência, fugiu do local. A inspetora não quis dar mais detalhes do caso.

Thyê não estaria usando o uniforme da seleção no momento do crime. A vítima, no entanto, teria reconhecido o goleiro e feito a queixa. Segundo a inspetora, a polícia tem 100% de certeza sobre o envolvimento do atleta no caso.

Joanna Beaven-Desjardins já entrou em contato com as autoridades brasileiras e afirmou contar com o apoio delas para a extradição do jogador. Ao saber que ele está em Kazan, disse que vai se informar para avaliar uma possível prisão no local. Caso seja extraditado, Thyê será levado a julgamento com júri, com pena máxima de 15 anos.

Após o fim do Pan, Thyê seguiu com a delegação brasileira para Kazan, onde vai ser disputado o Mundial de Esportes Aquáticos. O goleiro, de 27 anos, nasceu no Rio de Janeiro e atualmente defende o Clube Paulistano, de São Paulo. //Radar Amazônico