A advogada disse que chegou a estudar outras possibilidades como escolinhas e creches em tempo integral, mas achou que a carga horária para a filha seria muito grande. "Era muito tempo longe de nós. Com minha mãe a gente sempre fica pertinho. O laço familiar continua forte", explicou Amanda.
Ela disse que recolhe todos os impostos e direitos trabalhistas que a mãe teria direito pela CLT. "Faço tudo direitinho para ela conseguir se aposentar no tempo certo. A relação da minha filha com minha mãe nem preciso falar o quanto é boa."
A avó Sônia Maria Ferreira, de 60 anos, também vive uma situação parecida com a de Érica. Ela cuida do neto Miguel Rodrigues Bernardo, de 1 ano e 3 meses, enquanto a filha, a ouvidora Andreza Rodrigues Ferreira Bernardo, de 33 anos, trabalha. "Me sinto muito feliz. Feliz por estar perto do meu neto, por fazer o que gosto e principalmente pela confiança."
Em conversa com outras mães, Andreza disse que sempre ouve desabafos de outras colegas que desejam um dia poder deixar os filhos com a avó. "Muitas mães falam que um dia gostariam de deixar os filhos com as mães. É uma questão de confiança muito maior, não que as creches e escolas não sejam boas, mas não tem alguém que eu confie mais do que em minha mãe."
A ouvidora afirmou que paga R$ 750 de salário para a mãe ficar com Miguel, além do convênio médico. "Não muda nada a relação que tenho com minha neta por isso. O tempo é outro e o que recebo da minha filha é o que complementa minha renda mensal", explicou a avó Sônia.
Para Andreza, deixar o filho com a mãe facilitou a rotina diária. "Se eu precisar me atrasar uma hora, por exemplo, posso ficar tranquila porque não vou precisar ligar para alguém buscar meu filho correndo. Se fosse em uma creche ou escola isso seria diferente. Com minha mãe posso ficar tranquila."
Do outro lado, a avó Sônia diz que não se incomoda em dias que precisa fazer hora extra. "Fico com ele 24 horas por dia se precisar, não tem problema".