Como forma de protesto, lideranças indígenas da etnia Sateré Mawé e Hexkaryana fizeram segunda-feira , 19, uma manifestação em frente ao Dsei, Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), no Centro de Parintins, exigindo permanência da atual coordenadora da entidade, Lanira Garcia. O movimento é contra a notícia de exoneração da gestora com suspeita de manobra política. O ato mobilizou entidades representativas da classe.
A manifestação foi organizada pela Federação das Lideranças Indígenas do Baixo Amazonas (Akang), o Conselho Distrital da Saúde Indígena (Condisi) e lideranças indígenas. Eles se reuniram pela manhã e decidiram apoiar a permanência de Lanira Garcia, uma vez que aprovam a atual gestão e apontam para a existência de um jogo político por detrás do ato administrativo. O líder indígena da área de Barreirinha, Jecinaldo Sateré, aponta para interesses políticos envolvidos na possível exoneração. "Estamos aqui para repudiar a forma autoritária de alguns políticos de plantão em Brasília, que estão tentando impor a mudança na chefia do Distrito Sanitário Especial Indígena em Parintins. É uma questão séria e nós não vamos aceitar esse tipo de atitude arbitrária", revela.
A possível exoneração não foi publicada de forma oficial e, enquanto isso, os indígenas lutam para manter a coordenação. Segundo o presidente da Akang, Aldamir Sateré, não há motivos para a mudança e os indígenas aprovam a atual gestão. "Essa aprovação se dá por conta das ações. Essas ações são de conhecimento das comunidades. A própria visita das equipes, a visita da coordenadora, o diálogo com as lideranças e as comunidades refletem essa aprovação da gestão", conta.
A indígena da área do Uaicurapá, Ideílza Batista, foi enfática em destacar o bom trabalho realizado pela coordenação do Dsei, que segundo ela, apenas começou a trabalhar e já conquistou avanços significativos. "Deixem ela (Lanira) trabalhar", destacou a mulher que desaprova a mudança sem consulta aos povos indígenas.
O ato iniciou na sala de reunião e chegou à rua com cartazes, cantos e frases de protesto à exoneração. Pintados e enfeitados, os indígenas exigem ser consultados nas tomadas de decisão e querem que a coordenação seja mantida.
Texto e fotos: Eldiney Alcântara