O Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), “palco” de fugas em massa de presos, e ainda da “Fila do Pó”, onde um vídeo mostra a livre distribuição de cocaína para os detentos (matéria da Folha de São Paulo durante período eleitoral) e onde foi feita a gravação em que supostamente o então subsecretário de Justiça e Direitos Humanos, major PM Carliomar Brandão, batia papo com o líder da facção criminosa Família do Norte (FDN), Zé Roberto da Compensa, sobre apoio para a campanha à reeleição do governador (matéria da revista Veja também durante o processo eleitoral), agora surge mais um escândalo demonstrando que aquilo que teria sido dito pelo traficante ao subsecretário parece ser a mais completa realidade. “A disciplina na cadeia e no Estado é nois quem faz” (sic), teria dito o “xerife” na cara de um dos homens da cúpula da Segurança Público do estado, sem ser contestado em momento algum – segundo o que está na gravação.
Agora, o traficante teria decidido que melhor do que ter um brasão do Estado ou uma bandeira do Amazonas pintada no prédio do Complexo Penitenciário, o que seria uma demonstração de que o Governo do Estado mantém o controle carcerário, o líder da FDN, traficante Zé Roberto da Compensa decidiu que o símbolo de sua “família” – FDN – e do seu “comando” (Comando Vermelho – CV) teriam que estar grafados em tinta, bem no alto do Compaj, numa demonstração igualzinha a dita por ele também ao subsecretário de Estado: “Quem manda aqui é nois (sic).
A decisão de Zé Roberto teria o apoio ainda de Gelson Lima Carnaúba, mas um líder da FDN preso no Compaj, mesmo a contragosto do diretor da penitenciária, o tenente PM Bonet, que mandou apagar as iniciais da fação criminosa e do comando, mas a bandidagem não deixou apagar de jeito nenhum.
Autorização
E, pelo jeito, no Compaj, autorização também “é só com nois né manoooo?” porque o diretor do Compaj, segundo fontes, teve que fazer uma reunião com a bandidagem e pedir autorização para tentar tirar as iniciais das organizações criminosas para Zé Roberto e “Bicho do Mato” (traficante Francisco Alvaro Pereira) – aquele que também teria estado na reunião com o subsecretário de Justiça falando de conseguir votos para o governador.
Mas, o mesmo tom de autoridade que aparece na gravação divulgada pela revista Veja num suposto “acerto eleitoral” entre o líder da facção criminosa e o representante da segurança pública do Estado – “o Governo num mexe com nois e nois arruma mais de 100 mil votos – também teria sido feito no caso da pintura das iniciais das organizações no alto do prédio do Compaj. Dessa vez o acerto seria: “nois vai tirar as pinturas da família e do comando, mais nóis quer botar as iniciais no equipamento de futebol, da cadeia, tá mano?”
Sejus nega e exigências e diz que pinturas foram apagadas
Segundo um outro site de nótíciais, o Fato Amazônico, que conseguiu contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Justiça e Direitos, houve confirmação que há duas semanas realmente ocorreu a pintura das iniciais da facção criminosa FDN, mas que por determinação do secretário Louismar Bonates, foram apagadas.
“De acordo com a assessoria não procede a informação de que o diretor tenha se reunido com os lideres da facção criminosa e nem que eles fizeram nenhuma reinvindicação para deixar apagar as iniciais da FDN e CV.
“No Compaj está tudo tranquilo”, disse a assessoria, informando que a exigência da entrada de equipamentos com as iniciais da FDN, também não procede. “Ano passado fizemos um torneio dentro do complexo e tudo correu dentro da maior tranquilidade”, acrescentou.//Radar Amazonico