No presídio, no lugar do brasão ou da bandeira do Amazonas, chefe do tráfico mandou pintar iniciais da facção criminosa no prédio

“A disciplina na cadeia e no Estado é nois quem faz” (sic), teria dito o “xerife” na cara de um dos homens da cúpula da Segurança Público do Estado

No presídio, no lugar do brasão ou da bandeira do Amazonas, chefe do tráfico mandou pintar iniciais da facção criminosa no prédio Notícia do dia 24/01/2015

O Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), “palco” de fugas em massa de presos, e ainda da “Fila do Pó”, onde um vídeo mostra a livre distribuição de cocaína para os detentos (matéria da Folha de São Paulo durante período eleitoral) e onde foi feita a gravação em que supostamente o então subsecretário de Justiça e Direitos Humanos, major PM Carliomar Brandão, batia papo com o líder da facção criminosa Família do Norte (FDN), Zé Roberto da Compensa, sobre apoio para a campanha à reeleição do governador (matéria da revista Veja também durante o processo eleitoral), agora surge mais um escândalo demonstrando que aquilo que teria sido dito pelo traficante ao subsecretário parece ser a mais completa realidade. “A disciplina na cadeia e no Estado é nois quem faz” (sic), teria dito o “xerife” na cara de um dos homens da cúpula da Segurança Público do estado, sem ser contestado em momento algum – segundo o que está na gravação.

Agora, o traficante teria decidido que melhor do que ter um brasão do Estado ou uma bandeira do Amazonas pintada no prédio do Complexo Penitenciário, o que seria uma demonstração de que o Governo do Estado mantém o controle carcerário, o líder da FDN, traficante Zé Roberto da Compensa decidiu que o símbolo de sua “família” – FDN – e do seu “comando” (Comando Vermelho – CV) teriam que estar grafados em tinta, bem no alto do Compaj, numa demonstração igualzinha a dita por ele também ao subsecretário de Estado: “Quem manda aqui é nois (sic).

A decisão de Zé Roberto teria o apoio ainda de Gelson Lima Carnaúba, mas um líder da FDN preso no Compaj, mesmo a contragosto do diretor da penitenciária, o tenente PM Bonet, que mandou apagar as iniciais da fação criminosa e do comando, mas a bandidagem não deixou apagar de jeito nenhum.

Autorização

E, pelo jeito, no Compaj, autorização também “é só com nois né manoooo?” porque o diretor do Compaj, segundo fontes, teve que fazer uma reunião com a bandidagem e pedir autorização para tentar tirar as iniciais das organizações criminosas para Zé Roberto e “Bicho do Mato” (traficante Francisco Alvaro Pereira) – aquele que também teria estado na reunião com o subsecretário de Justiça falando de conseguir votos para o governador.

Mas, o mesmo tom de autoridade que aparece na gravação divulgada pela revista Veja num suposto “acerto eleitoral” entre o líder da facção criminosa e o representante da segurança pública do Estado – “o Governo num mexe com nois e nois arruma mais de 100 mil votos – também teria sido feito no caso da pintura das iniciais das organizações no alto do prédio do Compaj. Dessa vez o acerto seria: “nois vai tirar as pinturas da família e do comando, mais nóis quer botar as iniciais no equipamento de futebol, da cadeia, tá mano?”

Sejus nega e exigências e diz que pinturas foram apagadas

Segundo um outro site de nótíciais, o Fato Amazônico, que conseguiu contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Justiça e Direitos, houve confirmação que há duas semanas realmente ocorreu a pintura das iniciais da facção criminosa FDN, mas que por determinação do secretário Louismar Bonates, foram apagadas.

“De acordo com a assessoria não procede a informação de que o diretor tenha se reunido com os lideres da facção criminosa e nem que eles fizeram nenhuma reinvindicação para deixar apagar as iniciais da FDN e CV.

“No Compaj está tudo tranquilo”, disse a assessoria, informando que a exigência da entrada de equipamentos com as iniciais da FDN, também não procede. “Ano passado fizemos um torneio dentro do complexo e tudo correu dentro da maior tranquilidade”, acrescentou.//Radar Amazonico