Marujeiros e Batuqueiros: inedita e necessária homenagem

Essas pessoas animam desde épocas das lamparinas e ruas de barro na pequena ilha de mestre Lindolfo, Ambrosío, Vavazinho, Luiz Gonzaga, Roque Cid, Antonio Maia, Didi Vieira e outros

Marujeiros e Batuqueiros: inedita e necessária homenagem Marujada e Batucada Notícia do dia 17/06/2015

Os críticos mais ferozes do parlamento podem até considerar uma sessão “branca” a ser realizada nesta quarta-feira, 17 de junho, a partir das 16h, no Plenário Raimundo Almada, mas os vereadores darão espaço às personalidades que dão vida as toadas e animam as galeras de Caprichoso e Garantido. Trata-se dos personagens da Marujada do Azul e Branco e da Batucada do Vermelho e Branco.

Essas pessoas animam desde épocas das lamparinas e ruas de barro na pequena ilha de mestre Lindolfo, Ambrosío, Vavazinho, Luiz Gonzaga, Roque Cid, Antonio Maia, Didi Vieira e outros. O parlamento fecha o semestre Legislativo com essa homenagem. Inedita e justa.

Relatam a nossa história, tradição e costumes, mas através de instrumentos. Aliás, segundo a história, no começo do século, esses instrumentistas ou percussionistas, principalmente que usavam as palminhas, na época que a brincadeira dos bois era nas ruas, utilizavam como “armar de ataque ou defesa” pelos brincantes mais eufóricos.

O tempo passou e o couro não é mais o item especial dos tambores, mas o tambor do Azul e do Vermelho estão sempre como quesito imprescindível. A homenagem é inedita, pois seja a nível, local, estadual ou federal já se festejou os bumbás ou itens, mas jamais de forma singular a Marujada e a Batucada. São centenas de pessoas que passaram seja no xeque-xeque, palminhas, surdo, caixinhas e tambor, doadores de suas forças e talentos em prol a brincadeira de todos.

Como torcedor do Garantido espero observar os batuqueiros Evandro, dona Celina, dona Maria do Carmo Monteverde, o mestre da Cuíca Badú que detém mais de 50 anos de atuação pelo Garantido. Ricardo Reis 36 anos de batucada, Gazumbá, o “Tambor da Vida” Reke Monteverde e tantos outros. Elas, as “Lazinhas”, um novo diferencial também na Baixa. Como esquecer no amanhecer da Alvorada do Garantido olhar caminhando pela praça da Catedral o “seo Cirilo” que esteve por mais de 58 tocando na Baixa. Caminhando com o dever cumprido ou lembrar de Porrotó. Hoje comandados pelos colegas Chico da Madá e Marcelo Bilela.

Mesmo orgulho deve sentir os torcedores do Caprichoso, pois tantos Marujeiros como o grande Bacuri, Jorge Besouro, Cara Branca, Acinelson Vieira, mestre Vela, Capela, membros da família Gama e mais recente Afonso Piranha, Gil Gama, Pezão e Felipe Sicsú e tantos. Alguns dos citados podem não estarem mais nos ensaios no Curral Zeca Xibelão ou na Cidade Garantido, mas uma vez Marujeiro e Batuqueiro sempre vão carregar a percussão na veia. Alguns compositores e itens individuais já passaram pela sonoridade dos bumbás.

Nesse registro não podemos enumerar os nomes de todos, pois são tantos que se doam a esse item de número 3 durante duas horas e meia de apresentação em cada noite. Isso depois de ensaiaram horas afins nos currais durante mais de três ou quatro meses.

Então, que rufem os tambores no Poder Legislativo, com iniciativa da homenagem, deve-se registrar, do vereador Rai Cardoso, o Cabeça, votada de forma unânime pelos demais parlamentares, pois marujeiros e batuqueiros estando ou não participando do Festival no Vermelho e no Azul, merecem....///Hudson Lima Fotos Arquivo Caprichoso e Garantido