Diretoria de Disciplina da PM solicita prisão preventiva de policiais suspeitos de torturar jovens em Manaus

A Diretoria de Justiça e Disciplina da Polícia Militar, onde tramita o inquérito policial militar (IPM), já solicitou da Justiça a prisão preventiva dos três policiais

Diretoria de Disciplina da PM solicita prisão preventiva de policiais suspeitos de torturar jovens em Manaus A Justiça poderá ou não aceitar e decretar a prisão preventiva dos suspeitos Notícia do dia 11/05/2015

Os três policiais militares da Força Tática suspeitos de torturarem três jovens em Manaus na madrugada da última quarta-feira (6) poderão ser presos preventivamente e expulsos da corporação. A Diretoria de Justiça e Disciplina da Polícia Militar, onde tramita o inquérito policial militar (IPM), já solicitou da Justiça a prisão preventiva dos três policiais.

Agora, a Justiça poderá ou não aceitar e decretar a prisão preventiva dos suspeitos. Atualmente, os PMs estão apenas afastados das ruas e prestando serviços administrativos. Os nomes deles não foram revelados, mas foi informado que são um cabo que está há 15 anos na PM e outros dois soldados que têm entre 3 a 4 anos de corporação.

A expulsão dos policiais da corporação dependerá de outra investigação, que tramita administrativamente na Corregedoria Geral da Polícia Militar. Dependendo da análise da Corregedoria sobre a conduta dos policiais no caso de tortura, e da aptidão deles em exercer a profissão, os mesmos poderão sofrer sanções e até serem expulsos da PM.

Em um vídeo divulgado pelo Portal A Crítica, os policiais suspeitos do crime aparecem agredindo com socos, pontapés e golpes de pau dois rapazes e uma moça na comunidade Jesus me Deu, na Zona Norte de Manaus. Os jovens têm idades de 15, 18 e 22 anos, e ficaram com marcas de tortura nas nádegas e costas.

Denúncia

Segundo relato das vítimas, três policiais, um deles encapuzado, desceram da viatura, renderam os jovens e iniciaram as agressões. Primeiro eles abordam o auxiliar de padaria L.F.C.P., 22, que é empurrado para a parede e agredido com tapas e pontapés.

“Eu estava lanchando aqui na frente quando eles chegaram e me mandaram ir para parede e já foram me batendo. Não me revistaram, nem me algemaram e me mandaram ajoelhar”, disse a vítima. Ainda segundo o jovem, um dos policiais pegou um pedaço de tábua de madeira e bateu pelo menos 16 vezes nas costas e nas nádegas. “Não tinha motivo para eles fazerem isso. A gente não estava fazendo nada de errado”, afirmou.

A versão foi confirmada pela adolescente C.C.S, que disse ter levado 20 pauladas. Ela também foi agredida com tapas nas costas, obrigada a tirar a roupa na frente dos militares e depois a obrigaram bater nos colegas.

“Eles me mandaram ficar sem roupa e mandaram eu me abaixar. Um deles chegou a encostar o cuturno nas minhas partes íntimas, mas eu levantei. Depois eles me mandaram bater nos meninos, senão eu ia apanhar mais. Tive que bater”, contou a menina que para sentar, precisa usar uma almofada, já que os glúteos dela também ficaram com muitos hematomas.

Depoimento

As vítimas foram ouvidas na Corregedoria da PM e submetidas a exame de corpo de delito. Os jovens apresentaram fotografias das lesões causadas pelo espancamento. A maneira como os policiais agiram pode ser vista, no mínimo, como lesão corporal, mas também como tortura ou abuso de autoridade.

A CRITICA.COM