Cunhada de João Vaccari Neto deixa carceragem da PF em Curitiba

Justiça Federal revogou prisão de Marice Corrêa de Lima nesta quinta (23). Procuradores dizem que ela ajudou cunhado a receber valores ilegais.

Cunhada de João Vaccari Neto deixa carceragem da PF em Curitiba Acompanhada do advogado, Marice deixou a carceragem da PF, em Curitiba (Foto: Erick Gimenes/G1) Notícia do dia 24/04/2015

Marice Corrêa de Lima, cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, deixou a carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba às 17h15 desta quinta-feira (23). Ela estava presa temporariamente desde sexta (17), mas teve a prisão revogada pela Justiça Federal.

Na saída, Marice não falou com a imprensa. Ela foi acompanhada do advogado Cláudio Pimentel.até um táxi, com destino ao aeroporto. Conforme o criminalista, ela deve retornar para São Paulo, onde mora.

No despacho em que autorizou a soltura, o juiz federal Sergio Moro considerou que “não se justificaria a continuidade da prisão preventiva dela, quer preventiva, quer temporária”. A decisão contrariou o pedido do Ministério Público Federal (MPF), que havia pedido que a prisão dela fosse transformada em preventiva, ou seja, sem prazo para expirar.

Segundo os procuradores do MPF, Marice ajudou o cunhado a receber valores ilegais da construtora OAS. Para Moro, no entanto, a prisão preventiva deve ser aplicada apenas aos investigados como principais responsáveis pelos esquemas criminosos. Vaccari segue preso preventivamente na PF em Curitiba.

Imagens
Dentre as premissas alegadas pelo MPF para manter Marice Corrêa de Lima presa estavam imagens de uma agência bancária de São Paulo, em que uma mulher aparecia fazendo depósitos para a esposa de Vaccari, Giselda Rousie de Lima, que é irmã de Marice. Segundo os promotores, a mulher no vídeo era Marice.

Marice, por sua vez, negou ser a mulher que aparece nas imagens. A irmã dela, Giselda Rousie de Lima, esposa de João Vaccari, se identificou como a autora dos depósitos, em petição protocolada pela defesa na quarta (22).

"Neste momento processual, porém, não tem mais este Juízo certeza da correção da premissa utilizada, de que ela seria a responsável pelos referidos depósitos, em vista da constatação posterior da semelhança física entre Marice e Giselda e da admissão por esta última de que seria a responsável pelos depósitos. Também não há mais certeza de que Marice teria então faltado com a verdade em seu depoimento no inquérito quanto a não ser a responsável pelos depósitos", disse Moro.

Estes depósitos, conforme o MPF, fazem parte de uma série de movimentações financeiras em que Giselda recebeu R$ 323 mil. Os procuradores sustentam que esse dinheiro tem como objetivo o pagamento de uma “mesada” de fonte ilícita.//G1