Boi Mirim Tupi de Parintins celebra 20 anos de tradição, cultura e conquistas

A ideia, concebida em uma noite memorável em frente à casa de Dona Maria, na Avenida Geny Bentes, a famosa "Rua Larga", começou como um projeto comunitário.

Boi Mirim Tupi de Parintins celebra 20 anos de tradição, cultura e conquistas Boi Tupi fundado dia 04/11/2004 (Foto Hudson Lima) Notícia do dia 28/11/2024

O Boi Bumbá Mirim Tupi, uma das mais marcantes manifestações culturais de Parintins, celebra em 2024 seus 20 anos de fundação. Criado em 4 de novembro de 2004, o Tupi nasceu do sonho de um grupo de amigos — Inaldo Andrade Lima, Sebastião Garcia, João Pedro, Heliomar Viana e Gideão Teixeira — de promover a cultura local e envolver crianças e adolescentes dos bairros Itaúna I, Itaúna II e Paulo Corrêa.

 

A ideia, concebida em uma noite memorável em frente à casa de Dona Maria Piedade, na Avenida Geny Bentes, a famosa "Rua Larga", começou como um projeto comunitário. "De início, a proposta encontrou resistência, mas a determinação dos fundadores e o envolvimento da comunidade permitiram que o sonho tomasse forma. Foi assim que o boi, de cores laranja e branco, com sua característica letra 'T' estilizada na testa, ganhou vida. Dona Maria é uma das nossas fundadoras e madrinha do Tupi", recorda Inaldo Lima.

 

Apesar de ser o mais jovem entre os bois mirins que disputam o festival, o Tupi já conquistou quase 15 títulos. Seus concorrentes, o Boi Mirim Mineirinho, da Rua Leopoldo Neves, com mais de 47 anos, e o Boi Mirim Estrelinha do São Benedito, com mais de 40 anos, compartilham a tradição no cenário cultural da cidade.

 

Crescimento e reconhecimento no cenário cultural

 

O que começou como uma representação dos bairros fundadores rapidamente se expandiu. Hoje, o Boi Mirim Tupi reúne brincantes de diferentes bairros de Parintins, tornando-se uma grande família cultural que valoriza as tradições locais e fomenta a arte entre jovens e crianças. O grupo possui um escritório de atendimento localizado entre a Comunidade do Macurany e o Residencial Vila Cristina.

 

 

Uma semente que germinou e floresceu

 

Desde sua criação, o Tupi tem sido um canal de expressão artística e cultural, promovendo o folclore e a identidade de Parintins. A dedicação dos fundadores foi essencial para superar os desafios iniciais. A comunidade, sensibilizada pelo esforço coletivo, abraçou o projeto e assumiu um papel ativo em sua construção, transformando o Boi Mirim Tupi em um símbolo de união e resistência cultural.

Em abril de 2023, por meio de uma iniciativa do vereador Mateus Assayag (PSD), foi sancionado o Projeto de Lei que reconhece a Associação Folclórica Boi-Bumbá Mirim Tupi como de utilidade pública. A lei foi assinada pelo prefeito Bi Garcia (PSD).

“O prefeito Bi Garcia sempre foi um parceiro essencial. Por mais de 15 anos, ele e a prefeitura de Parintins têm nos apoiado. Após a pandemia (2020/2021), a Secretaria Estadual do Amazonas e o Governo do Estado também passaram a ajudar os bois mirins, fortalecendo nosso evento", destaca Inaldo.

 

Em 2024, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) reconheceu os bois mirins de Parintins como integrantes do "Complexo Cultural do Boi Bumbá do Médio Amazonas e Parintins", declarando-os patrimônio cultural brasileiro e atuando diretamente na sua salvaguarda.

 

 

Legado para as próximas gerações

 

Segundo a presidente Suzi Evangelista Souza, o Boi Mirim Tupi continua a inspirar crianças e adolescentes, não apenas como brincantes, mas também como cidadãos que valorizam suas raízes culturais. Ao longo dos anos, o Tupi se consolidou como um espaço de aprendizado e convivência, moldando talentos artísticos e reforçando o orgulho local.

Com duas décadas de história, o Tupi celebra muito mais do que uma data: comemora a persistência de seus idealizadores, a força de sua comunidade e o impacto cultural que ressoa em cada canto de Parintins. Que venham mais anos de laranja, branco e tradição!

 

Viva o Boi Bumbá Mirim Tupi e sua história de 20 anos de arte, cultura e conquistas!

 

 

Texto: Hudson Lima 

Jornalista DRT 001658-AM