Braga se esquiva de querelas políticas atendo-se em explicar como serão investidos R$ 6 bilhões no parque energético do Estado para que o Amazonas não permaneça como um dos piores indicadores do País

Eduardo Braga, deu posse ao novo presidente da Eletrobrás Amazonas Energia, Antonio Carlos Faria de Paiva, e numa apresentação através de slides explicou, passo a passo, onde serão investidos os recursos para o desenvolvimento do parque energético do Esta

Braga se esquiva de querelas políticas atendo-se em explicar como serão investidos R$ 6 bilhões no parque energético do Estado para que o Amazonas não permaneça como um dos piores indicadores do País Notícia do dia 12/04/2015

Uma jornalista bem que tentou que o ministro Eduardo Braga (PMDB) enveredasse pela seara política durante o lançamento do “Plano de Melhoria de Desempenho do Sistema de Distribuição de Energia do Estado do Amazonas”, com investimentos de R$ 6 bilhões até 2018, que aconteceu nesta sexta-feira (10), na sede da Eletrobrás Amazonas Energia, na avenida sete de setembro. Ela perguntou como o ministro avaliava a ausência do prefeito, que sequer mandou representante, para o anúncio de investimentos no Estado, já que ele (prefeito) “reclama da falta de repasse de recursos por parte do governo federal”. Dando de ombros, Braga se resumiu em dizer: “Eu não avalio. Eles foram convidados”. O governador do Estado, José Melo (PROS), também não esteve presente, mas foi representado por seu vice, Henrique Oliveira (SDD).

Eduardo Braga, deu posse ao novo presidente da Eletrobrás Amazonas Energia, Antonio Carlos Faria de Paiva, e numa apresentação através de slides explicou, passo a passo, onde serão investidos os recursos para o desenvolvimento do parque energético do Estado. Logo depois, ele deu entrevista coletiva à imprensa onde falou sobre retomada do programa federal Luz para Todos que, só esse ano, vai dispender R$ 195 milhões para garantir expansão de distribuição de energia para municípios do interior do Estado, explicou o que aconteceu para que parte de Manaus ficasse sem energia elétrica na noite dessa quinta-feira (09), assumiu que há problemas graves e urgentes a serem resolvidos na questão do fornecimento de energia no Estado e falou de soluções:

Radar – Ontem (quinta-feira/09) houve um “apagão” em parte da cidade de Manaus, o que gerou várias teorias sobre essa interrupção no fornecimento. Qual a teoria correta?

Braga – O que aconteceu ontem foi exatamente no linhão de Tucuruí, no trecho de Oriximiná, tivemos uma descarga elétrica, o sistema de proteção desarmou a linha e 160 megawatts deixaram de entrar na cidade de Manaus. Por uma razão técnica ainda não explicada, espero que até o final do dia de hoje tenhamos o detalhamento, o sistema de proteção de mais 340 megawatts foi acionado na geração, e desligou esses 340 mega, caiu a linha de Balbina também, do ponto de vista energético e isso gerou durante 28 minutos na cidade de Manaus um apagão em metade da cidade. Em 28 minutos, repito, os companheiros da Eletrobrás, da Eletronorte, da Operadora Nacional do Sistema Interligado conseguiram religar o sistema, e nós voltamos a pleno funcionamento. É preciso explicar que a linha de Tucuruí é uma linha de 4.800 quilômetros, de alta tensão, de 500 KV, em plena floresta amazônica, e que nós estamos cada vez mais aprimorando e aumentando o nível de segurança, de controle e de proteção dessa rede para as intempéries que acontecem sobre a floresta amazônica, que tem um campo magnético, que tem descarga elétrica, que tem temporais, que tem ventanias e que, portando, precisam cada vez mais serem aprimoradas. Esse será um desafio cada vez maior, e mais permanente para o nosso setor, porque o Brasil terá cada vez mais longas extensões de linhas elétricas como é o caso de Tucuruí. Com certeza vamos aprimorar isso muito rapidamente e essas intercorrências vão diminuir drasticamente nos próximos meses.

Radar – Já que o senhor explicou ocorrências como as de ontem, em Manaus é lógico que o senhor tem conhecimento que, há dias, em que há 12, 14 interrupções no fornecimento de energia, ou então passa-se 3, 4 horas sem energia elétrica, em diversos pontos da cidade. Alguns dizem que a questão são os equipamentos que estão sucateados, outros dizem que a questão é mão de obra especializada, outros dizem que a questão é falta de investimento, afinal o quê é, o que fazer, o que está sendo feito e em quanto tempo isso pode ser resolvido?

Braga – Efetivamente Manaus tem problemas que estamos há cada dia avançando e melhorando. Já fizemos muito, mas como fiz questão em registrar no início da minha fala ainda tem muito a ser feito e não é por nada mais, nada menos do que isso, que nós estamos anunciando investimento de R$ 6 bilhões aqui na Amazonas Energia, e é um novo desafio que a nova diretoria da Amazonas Energia precisa enfrentar. A Amazonas Energia é uma empresa tão robusta e tão grande que ela precisa ser agora desverticalizada. Nós vamos ter a Amazonas Energia geração e a de transmissão, isso faz parte de um plano nacional da gestão do setor elétrico. A Amazonas Energia inclusive está atrasada em relação a isso, nós vamos agora retomar. A Eletronorte que, inclusive, está aqui vai assumir a parte de geração e transmissão da Amazonas Energia, tem expertise nessa área na nossa região, tem um quadro de engenharia acostumado com a geração e transmissão na Amazônia, isso vai trazer creio eu, uma expertise importante pra nós, e na área de distribuição, que é o tempo que você coloca, em que desliga em vários pontos da cidade, e com uma certa frequência isso é em função dos circuitos e das sobrecargas nos alimentadores. Não é à toa que fiz questão de frisar e mostrar na apresentação o volume de investimentos em novos alimentadores, novos circuitos, novas subestações… Manaus é uma cidade com mais de 2 milhões de habitantes com uma curva de consumo similar à de São Paulo porque temos um Parque Industrial que é intensivo em consumo de energia elétrica e nós temos o 4 PIB per capita do País, portanto o consumo de energia domiciliar, no comércio, nos serviços tem uma carga de demanda importante, portanto, é uma complexidade técnica. Importante que nós reconhecemos que há o que ser feito, temos que fazer, e por isso estamos reforçando o quadro técnico da Amazonas Energia na busca efetiva, e creio que vamos conseguir com o apoio de todos dar um serviço na área de desligamento e de recuperação do desligamento muito melhor, para que o Amazaonas não permaneça tendo um dos piores indicadores do País. (Any Margareth)

Fotos: Zezinho Rodrigues