Professor da UEA Parintins defende tese sobre Linguagem, Performatividades e Identidades LGBTQIA+

Professor da UEA Parintins defende tese sobre Linguagem, Performatividades e Identidades LGBTQIA+ Foto: Divulgação Notícia do dia 22/06/2023

O professor Dr. Franklin Roosevelt Martins de Castro, do colegiado de Letras do Centro de Estudos Superiores de Parintins (CESP), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), conquistou o título de Doutor em Linguística ao defender sua tese intitulada "Linguagem, Performatividades e Identidades LGBTQIA+: o Direito de Existir". A pesquisa foi realizada no Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), sob a orientação do Prof. Dr. Kanavillil Rajagopalan.

 

No resumo da tese, o Dr. Franklin Roosevelt ressaltou as diversas formas de violência enfrentadas pelos corpos LGBTQIA+, decorrentes de condutas homofóbicas e transfóbicas. Ele destacou a omissão do Estado brasileiro em relação à criminalização dessas práticas necrófilas.

 

Através da teoria dos performativos, desenvolvida por Austin (1962) e aprofundada por Butler (2015, 2019, 2021) e Rajagopalan (2010), o estudo buscou compreender como o Supremo Tribunal Federal, por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão 26 (ADO 26), exerce sua força ilocucionária na instituição de identidades LGBTQIA+ reconhecidas juridicamente.

 

Os resultados da pesquisa revelaram que as práticas de linguagem do judiciário não apenas são argumentativas, mas também caracterizam-se pelo proferimento de performativos. A ADO 26 representa uma performatividade do Poder Judiciário que busca garantir o direito de existência à comunidade LGBTQIA+.

 

A tese está estruturada em quatro partes: "Um adágio para a Linguística: utopia, projetos e crítica"; "Identidades em devir"; "Linguística e Direito: uma sinfonia possível"; e "O direito de existir ou compondo uma nova canção".

 

Ao concluir sua defesa, o professor Dr. Franklin Roosevelt expressou as seguintes palavras: "Assim, a Linguística se tornou uma arma para nós, um instrumento de r-existência. Não estamos nela como objetos de análise ou dessecamento, tampouco nossas performances e formas de existência linguística. Pegamo-la pelos braços e pernas e a levamos para conhecer e sentir nossas vidas, nossas dores e nossas lutas. Através dela, essa Linguística viva e pulsante, mostramos ao mundo o que pensamos sobre nós e como desejamos realizar performances científicas. É nessa cena que acredito e busquei me performar, constituindo minha identidade de gay linguista, pois minha existência cotidiana precede meu papel acadêmico".