Vitória contra o câncer; Jovem parintinense derrota Leucemia após 13 anos de tratamento VEJA

Marcus fazia tratamento no Hemoam. Ele tocou o sino da cura com alta definitiva

Vitória contra o câncer; Jovem parintinense derrota Leucemia após 13 anos de tratamento VEJA Marcus e a mãe dona Josenete Notícia do dia 14/02/2023

A Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas -HEMOAM- divulgou a cura de mais um paciente que venceu o tratamento de câncer. Segundo a nota, o dia 13 de fevereiro de 2023, foi de emoção para Marcus Eduardo Guerreiro Bulcão, de 17 anos e familiares.

 

"Depois de 13 anos fazendo tratamento para Leucemia Linfoide Aguda (LLA), ele tocou o sino da cura, com alta definitiva!", informa a página do HEMOAM.

Marcus sentiu os sintomas do câncer de leucemia com menos de três anos de idade. Após começar o tratamento no HEMOAM, ficou num grupo de dez paciente. Somente ele sobreviveu. "Meu cabelo que já tinha caído caiu outra vez, os efeitos dos remédios eram muitos fortes mas eu persisti, não precisei de transplante ao contrário de todos que faziam tratamento comigo, de 10 pacientes só restou eu (que todos eles estejam em um bom lugar) e depois de toda essa batalha eu iniciei o acompanhamento anual durante 10 anos, e hoje eu tô aqui batendo o sino da vitória!”, contou Marcus.

Para a mãe, Josete Guerreiro, o momento é de alívio e gratidão. Ela deixou um recado aos pais presentes durante o momento. "Não desistam. Não é fácil, mas com fé e persistência  a vitória vem. Hoje é meu filho, mas amanhã pode ser o de vocês curado", disse, emocionada.

Marcos relatou em testemunho os momentos de luta até a vitória.

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VITÓRIA 

Venci o câncer! 
“Guerreiro e Campeão” é o significado da minha tatuagem. Meu sobrenome só me faz acreditar ainda mais no meu propósito e em tudo que eu tive que fazer para hoje estar vivo. Quando eu tinha de 2 para 3 anos perdi o movimento das pernas e fiz incansáveis exames para saber meu diagnóstico, mas nenhum deles era correto, afinal quem poderia imaginar que naquela época com a precariedade das coisas nessa cidade tão pequena, que meu problema seria muito maior do que qualquer um pudesse prever. Foram dias e dias indo e voltando do hospital… -“mãe, seu filho tá com hepatite”; “ele tá com anemia” e tantos outros diagnósticos incorretos, até que fui mandado para Manaus nas pressas pois tava correndo risco de vida. Chegando lá fiz uma bateria de exames que foram encaminhados para São Paulo e fiquei esperando um mês internado, até que soubemos que eu estava com Leucemia. Foi um choque para todos, uma mudança tão repentina fez com minha mãe vendesse muitas coisas para que pudéssemos nos mudar e dar início ao tratamento do meu câncer… as coisas foram ficando difíceis, minha situação só piorava e minha mãe que esteve sempre do meu lado já não sabia mais o que fazer. Até que eu parei de reagir, os médicos conversaram com minha mãe e nos mandaram pra casa para que ela pudesse passar os últimos momentos ao meu lado. Nessa história toda de muita tristeza entra minha tia Marluce, que sempre nos ajudou como podia, então ela deu um rádio para minha mãe dizendo que ela sintonizasse no canal do Padre Reginaldo Manzotti e justo naquele dia era a “novena do presente espiritual” minha mãe então começou a rezar de joelhos perto do rádio por mim, aquele menino que não andava mais e que cada dia mais perdia o resto das forças, me lembro até hoje do som do choro dela pedindo para que eu pudesse sobreviver… então, eu recebi um milagre. Eu sentia como se fosse explodir de febre, pingando de suor e mesmo assim eu criei forças inimagináveis para conseguir levantar da cama, minha mãe ao ver aquela cena encheu ainda mais os olhos de lágrimas, eu disse à ela que a partir daquele momento ela deveria esquecer que eu tinha câncer, pois eu estava curado e cai de joelho no chão aos prantos, eu guardo isso na minha memória com todos os detalhes. No outro dia voltamos ao Hemoam e os médicos espantados ao me ver melhor perguntaram à minha mãe o que ela fez e ela só sabia chorar de alegria por me ver reagindo novamente. Depois disso eu comecei a fazer o acompanhamento e logo depois veio a quimioterapia… foram os 3 anos mais difíceis do tratamento, meu cabelo que já tinha caído caiu outra vez, os efeitos dos remédios eram muitos fortes mas eu persisti, não precisei de transplante ao contrário de todos que faziam tratamento comigo, de 10 pacientes só restou eu (que todos eles estejam em um bom lugar) e depois de toda essa batalha eu iniciei o acompanhamento anual durante 10 anos, e hoje eu tô aqui batendo o sino da vitória!
Eu agradeço à todos que se fizeram presente na minha vida durante esses longos anos e que ajudaram de alguma forma, aos que já partiram e aos que ficaram eu sou eternamente grato, principalmente à Deus e também, à minha mãe que esteve ao meu lado desde o primeiro dia, que deixou tudo por mim e que sempre foi meu alicerce nessa luta.
Obrigado!

Natural de Parintins, Marcus fazia acompanhamento anual no Hemoam. Parabéns, Marcus! Você tem um lindo caminho pela frente!

 

*A ideia do Sino da esperança surgiu depois que o almirante americano Irve Le Moyne, enfrentou o câncer e ao término do seu tratamento de radioterapia, ele pediu a seus médicos para colocar um sino no hospital, assim como era costume ter nos navios e era badalado em momentos importantes. A partir desse episódio, vários hospitais de todo o mundo começaram a colocar o seu próprio sino para que outros pacientes também pudessem comemorar o término de seus tratamentos. No Brasil, já são mais de 12 hospitais e clínicas que aderiram ao badalar do sino.* 

DA REDAÇÃO

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