CCJ da Câmara adia análise de PEC que reduz número de ministérios

Proposta limita a 20 o número de pastas na administração federal. Medida apresentada por Eduardo Cunha foi encampada pelo PMDB.

CCJ da Câmara adia análise de PEC que reduz número de ministérios Notícia do dia 25/03/2015

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados adiou nesta quarta-feira (25), em razão de um pedido de vista (mais tempo para analisar o projeto), a análise de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz de 39 para 20 o número de ministérios da administração federal. O pedido de adiamento foi apresentado pelo deputado petista Alessandro Molon (RJ).

A PEC, proposta pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi encampada pela bancada PMDB, deflagrando mais um embate entre deputados peemedebistas com o Palácio do Planalto.

Antes de Molon apresentar o pedido de vista, parlamentares do PT tentar retirar o projeto da pauta da CCJ. No entanto, a proposta petista foi rejeitada pelo colegiado.

Diante da iminência de a matéria ser votada na comissão, Molon recorreu ao pedido de vista, dispositivo previsto no regimento interno da Casa, que adiou a discussão e a votação da PEC.

Em seu parecer, o relator do projeto, deputado André Moura (PSC-SE), votou pela admissibilidade da proposta de Eduardo Cunha, rito que assegura que o texto não fere nenhum princípio constitucional e pode tramitar na Casa. Porém, devido ao pedido de vista, os deputados nem chegaram a analisar o relatório de André Moura.

Em meio à sessão, o líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), defendeu a PEC afirmando haver uma necessidade do país de cortar gastos. “Nada melhor do que o exemplo partir do próprio Executivo”, argumentou o peemedebista.

Contrário à proposta, o deputado Sílvio Costa (PSC-PE) alegou que a sugestão, supostamente, fere o princípio da separação dos poderes. “Só porque o Eduardo Cunha quer fazer graça para a opinião pública? O Rio de Janeiro, estado dele, por exemplo, tem 28 secretarias. Por que ele não pede a redução lá”, provocou Costa.

Na segunda-feira (23), o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), criticou a PEC de autoria do presidente da Casa. O petista questionou se a redução de ministérios trará o impacto desejado na diminuição de gastos.

“Eventualmente, podemos até reduzir, mas quem é que vai perder? Quem é que topa sair”, questionou Guimarães, em referência aos partidos da base aliada que dividem o comando das pastas.

Atualmente, o PMDB é a sigla com o segundo maior número de ministérios na Esplanada. Os peemedebistas, que comandam seis pastas, estão atrás apenas do PT no primeiro escalão. //G1