À procura de uma bala de prata para salvar Bolsonaro da derrota

Todas disparadas até agora não eram de prata e erraram o alvo

À procura de uma bala de prata para salvar Bolsonaro da derrota Charge do Amarildo Blog no Noblat Notícia do dia 21/09/2022

No escurinho dos gabinetes, ou mediante a condição de não serem identificados, assessores diretos de Bolsonaro confessam que a essa altura somente uma bala de prata conseguirá salvá-lo da derrota no primeiro ou no segundo turno da eleição.

Mas o que seria uma bala de prata? Eles não dispõem de nenhuma, e por enquanto não imaginam o que poderia vir a ser uma bala de prata. Pensaram que seria o Auxilio Brasil de 600 reais e a redução no preço dos combustíveis – não foi.

Pensaram que seriam os ataques à honra de Lula e à imagem do PT – até aqui não foi. O tempo passa, a Lusitana roda, e a propaganda eleitoral no rádio e na televisão está próxima do fim. Restam poucos dias de programas e de veiculação de comerciais.

Lá bem atrás, a facção mais dura dos assessores pensou que a justiça jamais cederia à pressão dos militares para que eles participassem do processo de apuração dos votos. O impasse aumentaria o medo de um golpe, e o medo favoreceria Bolsonaro.

O novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, cedeu à pressão, embora negue. Os militares deram-se por satisfeitos. Se o golpe não é uma página virada, pelo menos ultimamente já não se fala nele. E então? Cadê a bala de prata?

Se não quiser chamá-la por esse nome, pode chamá-la de “uma boa ideia” para evitar que Bolsonaro passe à história como o primeiro presidente a não se reeleger. Quem tiver uma boa ideia pode encaminhá-la ao gabinete de Bolsonaro no Palácio do Planalto.

Em 1978, a publicitária Magy Imoberdorf foi desafiada a criar um slogan que ajudasse a vender a Cachaça 51. À época, mulher não bebia cachaça, pegava mal. O slogan tornou-se um clássico e vende a cachaça até hoje: “51 – uma boa ideia”.

 

Texto: Ricardo Noblat