Cristina Kirchner sofre tentativa de atentado na Argentina e suspeito é brasileiro

Ataque ocorreu em frente à casa da vice-presidente em Buenos Aires; arma estava carregada, mas falhou na hora do disparo

Cristina Kirchner sofre tentativa de atentado na Argentina e suspeito é brasileiro Homem é preso após apontar arma para ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner — Reprodução Notícia do dia 01/09/2022

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, sofreu uma tentativa de atentado na noite desta quinta-feira, segundo informações da imprensa local. O ataque ocorreu em frente à sua casa, em Buenos Aires, onde um homem a abordou com uma arma de fogo, que teria falhado na hora do disparo, de acordo com imagens capturadas no local. Uma pessoa foi detida.

 

As autoridades disseram que o agressor foi identificado como Fernando Andres Sabag Montiel, um cidadão brasileiro de 35 anos, residente na Argentina desde a década de 90. Nascido em São Paulo, filho de um chileno com uma argentina, Montiel trabalha como motorista de aplicativo e possui antecedente criminal por porte de armas não convencionais.

 

A arma utilizada no crime era um revólver Bersa de calibre .380 e estava carregada com cinco balas, disseram as autoridades. Na hora do disparo, contudo, a câmara que estava posicionada rente ao cano, e que, portanto, seria disparada, era a única que estava vazia.

 

 

Cristina estava conversando com apoiadores em frente à sua residência, no bairro da Recoleta, na capital argentina, quando foi abordada por um homem armado. O sujeito foi preso imediatamente e será transferido para uma delegacia de polícia, onde será interrogado, informou o ministro da Segurança, Aníbal Fernández. O caso está sendo investigado pela juíza María Eugenia Capuchetti.

 

— Agora a situação tem que ser analisada pelo nosso pessoal da perícia para avaliar os traços, a capacidade e disposição que essa pessoa tinha — indicou.

 

 

No vídeo transmitido pelo canal C5N, que deu a notícia em primeira mão, é possível ver o momento em que os agentes que protegem a chefe do Senado encurralam o homem, avisados pelos manifestantes.

 

Desde a semana passada, apoiadores têm feito vigília em frente à casa da vice-presidente, que enfrenta um julgamento sob a acusação de corrupção e um pedido do Ministério Público de 12 anos de prisão e inabilitação política perpétua. No sábado, milhares de pessoas também se manifestaram em praças e avenidas da Argentina.

 

A também senadora de 69 anos foi acusada no início da semana passada dos crimes de associação ilícita e administração fraudulenta para beneficiar um empresário em licitações públicas quando era presidente do país, de 2007 a 2015. O veredicto da Justiça deve sair até o final do ano, e, caso condenada, Cristina, que hoje tem imunidade, poderá recorrer à Corte Suprema argentina.

 

O ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019) se manifestou no Twitter, dizendo que "repudia o ataque sofrido por Cristina Kirchner" e pediu um "esclarecimento imediato".

 

"Meu absoluto repúdio ao ataque sofrido por Cristina Kirchner, que felizmente não teve consequências para a vice-presidente. Este fato gravíssimo exige um esclarecimento imediato e profundo por parte da Justiça e das forças de segurança", afirmou.

 

 

O ex-presidente brasileiro e atual candidato Luiz Inácio Lula da Silva também se solidarizou à "companheira" Cristina Kirchner e chamou o suspeito de "fascista criminoso".

 

"Toda a minha solidariedade à companheira @CFKArgentina, vítima de um fascista criminoso que não sabe respeitar divergências e a diversidade. A Cristina é uma mulher que merece o respeito de qualquer democrata no mundo. Graças a Deus ela escapou ilesa", declarou, no Twitter.

 

 

 

Por Thayz Guimarães - O Globo