Bolsonaro tem alta entre as mulheres e queda na rejeição, aponta Datafolha 

Percentual de eleitoras que não votariam no presidente de jeito nenhum caiu de 61% para 54% em um mês, acima da margem de erro

Bolsonaro tem alta entre as mulheres e queda na rejeição, aponta Datafolha  Bolsonaro e Michelle durante convenção no Rio de Janeiro Divulgação/PL Notícia do dia 30/07/2022

A alta nas intenções de voto do presidente Jair Bolsonaro (PL) entre as mulheres, de seis pontos percentuais, foi acompanhada por uma queda, na mesma proporção, da rejeição desse eleitorado ao pré-candidato do PL. É o que mostram recortes da mais recente pesquisa Datafolha contratada pela "Folha de S.Paulo", divulgada na última quinta-feira.

Se, em junho, 61% das mulheres declaravam não votar de jeito nenhum em Bolsonaro, esse índice agora é de 54%, próximo à média geral do presidenciável (53%). A alta, de sete pontos percentuais, ocorreu acima da margem de erro para esse grupo, que é de três pontos para mais ou menos.

Apesar das discrepâncias nas intenções de voto de Bolsonaro entre homens e mulheres (32% a 27%), a rejeição ao atual presidente agora não tem mais diferença significativa entre os dois grupos, como há um mês. Entre o eleitorado masculino, 52% dos homens não escolheriam Bolsonaro (eram 49% em junho).

Já a rejeição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não variou fora da margem de erro, considerando os mesmos recortes. Hoje, 38% dos homens não votariam de jeito nenhum no petista, contra 33% das mulheres.

 

Eleitorado feminino é prioridade para a campanha de Bolsonaro

 

O eleitorado feminino é um dos focos da campanha de Bolsonaro. Aliados defendem maior participação da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, na eleição. Na convenção do PL, no último domingo, Michelle fez um discurso dedicado a tentar humanizar a imagem do marido com foco nas mulheres. Coordenadores da campanha apostam na busca do voto feminino para Bolsonaro tirar a diferença do ex-presidente Lula na corrida.

Os dados do Datafolha mostram que as mulheres estão menos decididas sobre o voto que os homens, ainda que o percentual dos que se dizem convictos seja alto. Segundo a pesquisa, 33% das mulheres dizem que ainda podem mudar o voto, contra 24% dos homens. Não houve mudança nesse aspecto em relação ao levantamento de junho.

No recorte por idade, também chama atenção a alta rejeição a Bolsonaro entre jovens com idade entre 16 e 24 anos, ainda segundo o Datafolha. Os que declararam não votar nele de jeito nenhum chegam a 61%. Nas demais faixas, a rejeição varia entre 50% e 53%. A rejeição ao presidente também é mais alta no Nordeste (60%), entre a população preta (64%) e entre espíritas (62%).

Já o ex-presidente Lula, cuja rejeição no geral é de 35%, vê o índice subir entre os mais ricos (56%, nas duas faixas com maior renda), entre quem tem ensino superior (45%) e entre evangélicos (oscilando de 46% para 49%). Em outros setores representativos, o ex-presidente vê pequenas oscilações negativas dentro da margem de erro — como uma reprovação que vai de 24% a 26% entre pessoas com renda familiar de até dois salários mínimos.