Ana Miranda e o espelho da portaria de nomeação assinada pelo presidente Antônio Andrade
Notícia do dia 21/07/2022
A auditora fiscal aposentada do Banco do Brasil, Ana Lourdes Miranda, foi efetivada como a nova Primeira Diretora Financeira da Associação Folclórica Boi Bumbá Garantido. Ana Miranda tem larga experiência na área financeira e contábil.
Ana Miranda atuou em Brasília e Goiás como auditora do Banco do Brasil. Também foi Conselheira do CLP – Conselho Local de Planejamento – Região do Jardim Botânico do Governo de Brasília.
Em contato com a reportagem, Ana Miranda contou um pouco da vida dela como torcedora do Boi Garantido. Acompanhe o relato da nova Primeira Diretora Financeira do Boi Bumbá Garantido, nomeada pela presidente Antônio Andrade Barbosa.
"Nasci no Paraná do Ramos entre as Cidades de Barreirinha e Boa Vista do Ramos. Mudamos para Parintins quando tinha por volta de 3 anos. Meu Registro de Nascimento é de Parintins. Moramos na Rua Melvin Johnes, hoje Faria Neto, em frente à Padaria do Sr. Buretama. Éramos pobres, meus irmãos vendiam picolé e entregavam pão. Eu vendia banana frita e bolo.
Morávamos em um lugar privilegiado porque o Garantido dançava em frente a casa da Dona Maria Ângela e depois voltava para nossa rua e dançava para seu Osmar Faria, passando assim em frente a minha casa. Conheci o Garantido desde criancinha. Quando de longe ouvíamos o barulho do tambor, corríamos para frente de casa para esperar ele passar.
A energia era desligada às 22:00h, quando ele demorava a passar, Mamãe não queria deixar nós seguí-lo até seu Omar Faria. Mesmo assim, fugiamos correndo atrás do Boi. Eram duas filas. Na frente vinham os Tuxauas, com seus capacetes de papelão e penas de galinha, atrás os batuqueiros, entre as fila vinha o Boi, Pai Francisco e Mãe Catarina. Eles não deixavam a gente de aproximar do Boi. Tínhamos muito medo deles.
Lembro das porongas/lamparinas que ficavam nos chapéus. Era linda aquela claridade quando a energia era desligada. Uma vez o Garantido não retornou na nossa rua. Depois que terminou de dançar em frente a casa do Sr. Omar Faria seguiu para a Av. Amazonas e encontrou o Contrário. Foi uma briga memorável. Os policiais, dois, não davam conta de acabar com a briga e levaram os bois presos. Chorei tanto.
No dia seguinte, pela manhã, fomos olhar de pontinha de pés na janela da Delegacia, onde hoje é o lanche em frente a Catedral, lá estavam os dois bois em cima de bancos.
Sai de Parintins com 14 anos. Mudamos para Manaus. Em 1987, passei em dois concursos, SEFAZ e Banco do Brasil. Escolhi o Banco e sai do Amazonas. Depois de 21 anos voltei a Parintins, em 1995, para assisti o Festival. Foi um choque, uma surpresa, chorei demais.
Não conhecia mais a minha cidade, quando saí daqui só tinha as três primeiras ruas com calçamento. A Av. Amazonas era só um caminho. Chorei tanto quando vi um coração enorme e o meu Boi saindo de dentro dele. Chorei copiosamente as três noites.
Então, prometi a mim mesma, que nunca mais ficaria sem ver meu Boi. A partir desse ano, voltei para todos os Festivais. Em 2009 comprei uma casa. Em 2010 aposentei e em 2018 fixei residência novamente na minha Terra querida".
