Gilberto Gil no Roda Viva. Créditos: Reprodução de Vídeo
Notícia do dia 24/05/2022
O cantor, compositor, poeta e membro da Academia Brasileira de Letras, Gilberto Gil, afirmou nesta segunda-feira (23), durante participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, que é preciso resistir com os mecanismos democráticos, o voto e a renovação do governo contra a fúria destruidora da Cultura nesse quadrante da vida nacional.
"Evidentemente que nós ficamos muito consternados, a gente imaginava esse destroçamento, essa fúria destruidora fosse prevalecer, no caso da pergunta, no mundo das artes (...) Essas instituições culturais fortalecidas em vários governos, no governo Central, nos governos Estaduais, Municipais. Enfim, todos os processos, projetos de fomento que foram completamente abandonados e destruídos agora", e Gil complementa "A gente fica consternado, mas consternação é o suficiente? Não. É preciso batalhar".
Gil lembrou também a importância de insistir nos instrumentos democráticos e de liberdade de expressão "é a sociedade brasileira tomando responsabilidade do que é dela". Finaliza frisando a importância do voto e da renovação dos governos.
Amora Mautner
A diretora de novelas, Amora Mautner, filha do cantor e compositor Jorge Mautner, amigo de Gil, reproduziu uma pergunta enviada por seu pai sobre a questão da ancestralidade: "até quando esperaremos pela segunda abolição?"
"Claro que te a espera porque ela não se deu plenamente no tempo" afirma Gil. "Mas tem o outro sentido, o da espera, o sentido do movimento, dinâmico. A espera pela confecção, e eu acho que apesar de tudo, nós temos, cada vez mais, produzido no Brasil as condições para a plenitude da abolição. O surgimento de movimentos negros (...) O acolhimento aos projetos, aos processos emancipadores da cultura negra".
Participam da bancada de entrevistadores João Marcello Bôscoli, produtor musical, Evandro Fióti, artista e CEO da Lab Fantasma, a diretora artística Amora Mautner, a comunicadora Sarah Oliveira, e Djamila Ribeiro, escritora e mestre em Filosofia.
Por Julinho Bittencourt - revistaforum
