Doria desiste da presidência após pressão do PSDB: "Me retiro da disputa com o coração ferido"

Apático, ex-governador de São Paulo diz que aceita a decisão de seu partido em retirá-lo da disputa presidencial "de cabeça erguida"

Doria desiste da presidência após pressão do PSDB: João Doria desiste da candidatura à presidência. Créditos: Reprodução Notícia do dia 23/05/2022

O ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou em pronunciamento na tarde desta segunda-feira (23) que desistiu da candidatura à presidência.

 

Com 2% nas pesquisas de intenção de voto, o tucano vinha sendo pressionado pelo seu partido a abrir mão da disputa em nome da construção de um outro nome da chamada "terceira via", que deve ser o da senadora Simone Tebet (MDB-MS). 

 

"Hoje, neste 23 de maio, serenamente, entendo que não sou a escolha da cúpula do PSDB. Aceito essa realidade com a cabeça erguida, sou um homem que respeita o bom senso, dialogo e equilíbrio, e sempre seguirei buscando o consenso mesmo que seja contra minha vontade pessoal", declarou. 

 

Apático, Doria chegou a chorar durante seu discurso de desistência. "Me retiro da disputa com o coração ferido mas a alma leve", disse ainda. 

 

Simone Tebet deve ser a candidata da "terceira via" 

 

A desistência de Doria vem após seu partido, junto ao MDB e Cidadania, decidirem, numa reunião entre os presidentes das três legendas realizada na última semana, que a senadora Simone Tebet (MDB-MS) será a candidata deste grupo político à presidência da República. A intenção e a decisão são oficiais, mas para ser levada a cabo será necessária ainda a aprovação das diretorias executivas nacionais das três siglas, o que deve ocorrer, separadamente, na próxima terça-feira (24).

 

Doria venceu as prévias do PSDB em novembro de 2021 e desde então luta para manter seu nome na disputa pelo Palácio do Planalto, embora venha apresentado resultados pífios nas pesquisas de intenção de voto. Doria sofreu forte pressão da legenda para desistir e se diz vítima de uma sequência de tentativas de “golpe” para retirá-lo da disputa.

 

 

Por Ivan Longo - revistaforum