Jornada Amazonense de Ginecologia e Obstetrícia vai debater a gravidez na adolescência

Temas como gravidez precoce, aborto e infecções estão na pauta do encontro que acontecerá no mês de maio.

Jornada Amazonense de Ginecologia e Obstetrícia vai debater a gravidez na adolescência Foto: Reprodução Notícia do dia 10/04/2022

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em cada grupo de mil adolescentes brasileiras de 15 e 19 anos, há o registro de nascimento de 68 bebês. A média é muito superior a taxa de natalidade deste grupo em países como os Estados Unidos, onde em cada mil adolescentes, 22 se tornam mães. Os dados referem-se ao período analisado de 2010 a 2015. 

 

Para discutir os riscos da gravidez na adolescência assim como outros temas que afetam as mulheres desta faixa etária, a Associação Amazonense de Ginecologia e Obstetrícia (ASSAGO) realiza a II Jornada de Ginecologia e Obstetrícia da Amazônia Ocidental e I Jornada Amazonense de Ginecologia e Obstetrícia da Adolescência no período de 27 a 28 de maio. O evento, que será realizado de forma virtual por meio da plataforma Doity Play, já está com as inscrições abertas no site https://doity.com.br/jogia

 

Região Norte

 

A região Norte ostenta a taxa mais alta de gravidez na adolescência do Brasil, apresentando uma redução lenta nos últimos anos. Em Manaus, em 2016, o índice de gravidez na adolescência, no grupo de 10 a 19 anos, era de 20,06%; em 2017, passou para 19,24%; 2018 fechou em 18,64%; 2019 atingiu 17,7% e no ano de 2020, subiu para 21,5%.

 

Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), das 7,3 milhões de meninas e jovens grávidas no mundo, 2 milhões tem menos de 14 anos. As taxas de morbimortalidade chegam a 70 mil mortes de adolescentes por problemas na gravidez ou no parto.

 

 

Os especialistas alertam que a gravidez precoce induz a um ciclo vicioso de pobreza e baixa escolaridade, em virtude das jovens mães serem obrigadas a abandonar os estudos para cuidar dos filhos. Além disso, elas estão sujeitas a partos prematuros, abortamento, doença hipertensiva durante a gestação, anemias, infecções, depressão pós-parto. A gravidez na adolescência é a principal causa de morte de meninas de 15 a 9 anos em todo o mundo.

 

“Temos como objetivo capacitar profissionais da saúde para o atendimento de adolescentes. Além disso, esperamos sensibilizar os governos para que forneçam métodos contraceptivos gratuitos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), incluindo os LARCs (Contracepção de longa duração e a implantação de serviço especializado para este público nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nas unidades do Programa da Família. A criação de espaços de atendimento com a promoção de rodas de conversa com Grupos de Adolescentes, apresentação de vídeos educativos, oferecimento de cultura, esporte e lazer auxiliariam a evitar a gravidez não planejada assim como os problemas que decorrem dela”, explicou a organizadora, drª Sigrid Cardoso.

 

O evento destina-se a ginecologistas, obstetras, endocrinologistas, pediatras, urologistas, psiquiatras, clínicos, estudantes de Medicina e outros profissionais da área de saúde como psicólogos, enfermeiros, nutricionistas, assistentes sociais e educadores. 

 

Durante a jornada, renomados profissionais do país irão discutir os fatores e consequências da gravidez na adolescência. A lista de especialistas do evento conta com nomes como Rossana Francisco, Denise Leite Maia Monteiro, João Bosco Ramos Borges, Cristina Aparecida Falbo Guazzelli, Ida Peréa Monteiro, Edson Santos Ferreira Filho, dentre outros. 

 

Inscrições

 

Para médico associado à Febrasgo, o valor da inscrição é de R$ 50,00. Os residentes ou acadêmicos pagam R$ 30,00 e a taxa para profissionais não associados é de R$ 80,00.