Presidente da Anvisa reage e cobra retratação de Bolsonaro

‘Se o senhor não possui tais informações ou indícios exerça a grandeza que o seu cargo demanda e, pelo Deus que o senhor tanto cita, se retrate’, cobrou o militar da reserva da Marinha

Presidente da Anvisa reage e cobra retratação de Bolsonaro Foto: Reprodução Notícia do dia 10/01/2022

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, rebateu no sábado, dia 8, o presidente Jair Bolsonaro e cobrou uma retratação pública dele. A reação do chefe da agência reguladora aconteceu dois dias depois de Bolsonaro levantar suspeitas sobre a diretoria do órgão, ao reclamar da aval da Anvisa para a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra covid-19.

 

Em entrevista a uma emissora de rádio de Pernambuco, Bolsonaro perguntou, em tom insinuativo, “qual o interesse da Anvisa por trás aí aí?”.

 

Barra Torres desafiou Bolsonaro um fornecimento indícios de corrupção contra ele. “Se o senhor não possui tais informações ou indícios exerça a grandeza que o seu cargo demanda e, pelo Deus que o senhor tanto cita, se retrate”, cobrou o militar da reserva <span;> da Marinha, indicado pelo próprio Bolsonaro ao cargo . “Estamos combatendo o mesmo inimigo e ainda há muita guerra pela frente. Rever uma fala ou um ato errado não diminuirá o senhor em nada. Muito pelo contrário. ”

 

A autorização para vacinação de crianças contra covid-19 motivou uma série de críticas do presidente e atos do governo que protelaram o início da imunização. Em dezembro, ele orientou o Ministério da Saúde a adotar a cobrança de prescrição médica e a promover uma consulta pública sobre o tema. Apesar disso, a pasta deu aval para a imunização infantil no último dia 5 de janeiro, por pressão da opinião pública e de especialistas médicos.

 

A postura atual do chefe da Anvisa difere de seu comportamento no início da Pandemia. Em março de 2020, antes de ser confirmado no cargo pelo Congresso, ele esteve, ao lado do presidente, em uma manifestação de bolsonaristas na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, em maio do ano passado, Barra Torres admitiu que foi “um ato inadequado”.

 

Fonte CARTACAPITAL