Manejo de quelônios no Macuricanã ganha apoio do município para conter ação predatória e invasão de lagos

O Projeto Manejo Comunitário da comunidade São José do Paraná do Espírito Santo de Cima busca conter a pesca predatória e a coleta ilegal de ovos por barcos invasores e envolve moradores das comunidades São José e São Sebastião da Brasília. 

Manejo de quelônios no Macuricanã ganha apoio do município para conter ação predatória e invasão de lagos O resultado é a eclosão dos ovos com segurança e eficiência. Notícia do dia 01/11/2021

Colocar freio à captura de quelônios, repovoar os lagos e apresentar alternativas de desenvolvimento sustentável e conservação das espécies tem sido o esforço conjunto de ribeirinhos do Complexo Macuricanã e técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente-Sedema, da Prefeitura de Parintins.  

O Projeto Manejo Comunitário da comunidade São José do Paraná do Espírito Santo de Cima busca conter a pesca predatória e a coleta ilegal de ovos por barcos invasores e envolve moradores das comunidades São José e São Sebastião da Brasília. 

A assessora técnica da Sedema, Joana D’Arc Oliveira, acompanhou nos dias 25, 26 e 27 a coleta de ovos que foram implantados em choradeira na residência da família do agricultor Raimundo Alber Ribeiro, no núcleo São José. Ela relatou o empenho dos ribeirinhos e do comunitário da Brasília,  Ricardo Santos que cedeu a embarcação para o acesso da equipe ao conjunto de lagos do complexo Macuricanã. 

A reativação do projeto de manejo visa proteger os futuros filhotes e devolvê-los à natureza, numa ação de sustentabilidade das populações rurais. No período de procriação, que vai de setembro a novembro, no pico da vazante, os voluntários chegam a percorrer distâncias em vigília para evitar a ação de predadores 

Os vigilantes que hoje se orgulham em preservar a espécie são os mesmos predadores de ontem. Mas com educação ambiental eles aprenderam a  incentivar outros ribeirinhos voluntários e até as crianças das comunidades a participarem das ações de preservação dos quelônios. 

Hoje, eles valorizam atividades de manejo e sustentabilidade, sempre pensando nas gerações futuras das comunidades ribeirinhas. Também não querem repetir os erros do passado em que as ninhadas à margem  dos lagos eram retiradas para consumo local ou comercialização nas cidades. 
Parintins contabiliza muitas experiências exitosas com o projeto Pé de Pincha, devolvendo à natureza milhares de tracajás. 

Coleta 

A partir da técnica de transferência de ninho, os ovos de quelônios são coletados em caixas preparadas com areia para garantir a temperatura, nos horários mais frios do dia, entre 5h e 6h. Depois, são levados para as chocadeiras, covas especiais feitas pelo homem que imitam os tabuleiros localizados nas pontas de praia ou locais escolhidos pelos animais para desova. 
O resultado é a eclosão dos ovos com segurança e eficiência. No berçário eles permanecem 60 dias após o nascimento, quando atingem 40 gramas de peso e 8 centímetros de carapaça. Se devolvidos à natureza antes deste prazo, se tornam presas fáceis para predadores naturais como peixes de jacarés.