BRASÍLIA — No mesmo dia em que a CPI da Covid fez a leitura do relatório que pede seu indiciamento por dez crimes, o presidente Jair Bolsonaro fez um aceno ao Poder Judiciário. O presidente, que no dia 7 de setembro chegou a dizer que não cumpriria as ordens do ministro Alexandre de Moraes, disse nesta quarta-feira que que o Poder Judiciário representa "grande parte da nossa democracia".
— É muito bom estar entre amigos e, hoje, uma parcela considerável desses amigos são do Poder Judiciário. Vocês, sim, para nós, representam em grande parte a nossa democracia, a nossa cidadania e a nossa liberdade. O Brasil precisa, sim, de Justiça. Esse nosso Tribunal Rional Federal simboliza mais agilidade. Nós precisamos disso — afirmou.
A afirmação foi feita durante solenidade no Palácio do Planalto para marcar a sanção do projeto de lei que criou o Tribunal Regional Federal da 6ª Região, que cuidará dos processos de Minas Gerais. Além de Bolsonaro, também participaram do evento o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o ministro Luiz Fux, presidente do Supremo.
Em um discurso breve, o presidente ainda fez uma referência à necessidade de renovação do Supremo. O governo, no momento, está no meio de uma disputa com o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que se recusa a marcar a sabatina de André Mendonça, indicado para o STF.
Ao cumprimentar o ministro Fux e o ministro Kassio Nunes Marques, que também estava na solenidade, Bolsonaro citou a vaga em aberto no Supremo.
— Quero cumprimentar o ministro Fux pelas suas palavras bastante objetivas. O ministro Kassio Nunes, que está quase deixando de ser o mais novo ministro. Toda renovação é bem vinda, em especial na política, sangue novo — disse.
Mais cedo, durante evento na cidade de Russas, no Ceará, Bolsonaro atacou o relatório da CPI e disse que não tem "culpa de absolutamente nada" e que seu governo fez "a coisa certa desde o primeiro momento".
Texto: Dimitrius Dantas