Mortes por Covid-19 caem 25%, mas ainda estão acima do pico da primeira onda

Cientistas pedem prolongamento de medidas de distanciamento e vacinação acelerada

Mortes por Covid-19 caem 25%, mas ainda estão acima do pico da primeira onda Enfermeiras protestam contra Bolsonaro e prestam homenagem aos profissionais de saúde mortos pela Covid-19 Foto: SERGIO LIMA / AFP Notícia do dia 05/05/2021

SÃO PAULO — O número de mortes por Covid-19 no Brasil teve queda de 15% na última quinzena, num sinal incipiente de arrefecimento da segunda onda. Em relação ao pico da média móvel de 3.125 mortes em 12 de abril, foi uma queda de 25%.

A atual taxa de mortalidade diária no país, porém, tem média de 2.361, o dobro do auge visto no ano passado. Para especialistas, é preciso manter os esforços de resposta à pandemia.

A queda recente nos óbitos foi puxada por 15 estados que tiveram redução. Apenas Pernambuco aparece em tendência de alta. Mas especialistas recomendam conter qualquer entusiasmo com as estatísticas.

— Os valores de casos e óbitos ainda são muito altos, o que implica que as medidas de contenção não devem ser aliviadas nas próximas semanas — diz o epidemiologista Paulo Lotufo, professor da USP.

Na opinião dos pesquisadores, é preciso que haja cautela para que a pressão por reabertura da economia não sabote as medidas de distanciamento. Essa pressão cresce à medida que a queda de faturamento das empresas se agrava no país, junto com o desemprego, e precisa ser equilibrada com a necessidade de medidas de distanciamento.

Para a epidemiologista Gulnar Azevedo, presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, ainda não está claro se a curva de queda vista agora é consistente em todos os lugares.

— Para justificar recuo nas medidas de restrição, a queda teria que ser drástica, vigorosa, e por mais duas ou três semanas. Não há segurança ainda de que a tendência de aumento não possa voltar — diz a especialista.

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