Primeira Igreja Batista de Parintins: 70 anos proclamando uma mensagem transformadora

A Pib de Parintins entende sua missão no mundo e seus desdobramentos nas mais diversas áreas da sociedade. Mencionar essas ações, quando celebramos 70 anos, é olhar para uma história que se sustenta por uma causa maior. Uma causa que se materializa em mensagem e prática de fé, amor e transformação

Primeira Igreja Batista de Parintins: 70 anos proclamando uma mensagem transformadora Da esquerda pra direita: Eduardo Jr., Eduardo Lessa, Elmer, Eglantina e Ethel. Notícia do dia 30/03/2021

Dia 18 de março de 2021, a Primeira Igreja Batista de Parintins completou 70 anos. Uma história de sete décadas de atuação marcante na sociedade parintinense. Levando a mensagem de esperança e amor de Jesus Cristo, cruzando fronteiras, transformando vidas, famílias e comunidades.

O início desta história remonta a 1951, quando o seminarista Eduardo França Lessa visitou a região amazônica. Na ocasião, sentiu no coração o chamado da parte de Deus para servir no município de Parintins. No mesmo ano, no dia 18 de março, Eduardo Lessa participa da fundação da Primeira Igreja Batista em Parintins e recebe o convite para ser o pastor da igreja. Com o compromisso de encerrar os estudos nos Estados Unidos e retornar a Parintins, Lessa aceita o convite e regressa dois anos mais tarde, quando assume, de fato, o pastorado da igreja em Parintins, em 1953.

Nascido em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, o pastor Lessa possuía formação em psicologia, sociologia e teologia. Com certificação em cursos em saúde básica, ele estava apto para atendimentos de primeiros socorros, pequenas cirurgias, partos, tratamento para tuberculose e lepra. Preocupava-se com o futuro das próximas gerações no município. O que o levou a fundar o Colégio Batista de Parintins, instituição que há anos contribui sobremaneira para a formação de milhares de parintinenses.

O pastor Lessa casou-se com a missionária Eglantina Brelaz, companheira de vida e ministério, com quem teve uma filha, Ethel, e dois filhos, Eduardo Júnior e Elmer.

Com o passar dos anos, o trabalho Batista cresceu e não demorou para que surgisse resistência e oposições. Até perseguições e tentativas contra a sua vida o pastor Lessa enfrentou. Apesar de tudo, não desistiu e permaneceu servindo em Parintins, participando ativamente da vida da comunidade.

Em julho de 1993, após vários problemas de saúde, morre o pastor Eduardo França Lessa e fica um legado frutífero de 42 anos de ministério. Um trabalho que buscava atender as pessoas em sua integralidade. Na área educacional, por meio do Colégio Batista. No âmbito social, com o Centro Social Bom Samaritano. E no aspecto espiritual, por meio das ações de evangelização da Primeira Igreja Batista, alcançando pessoas na cidade e no interior.

Para dar continuidade ao trabalho do pastor Lessa, os membros da igreja convidam o filho, Elmer Lessa, que ainda se encontrava nos Estados Unidos terminando o mestrado em Divindade. Elmer  aceita o convite e toma posse em 1998, mesmo ano em que se casa com Elisângela, psicóloga e educadora cristã.

O ministério do pastor Elmer é marcado pela missão de “Tornar Cristo conhecido em Parintins e Parintins conhecida pela pregação do evangelho”. Sob este lema, a igreja segue sua trajetória de impacto na comunidade parintinense, realizando diversos projetos. Campanha Jesus Água da Vida, Jogos de Verão, Musicais de Natal e Páscoa, incluindo o tradicional musical para crianças no mês de outubro. Estes e tantos outros eventos e projetos marcam a história da Pib de Parintins.

Nos últimos vinte anos, o trabalho se intensificou nas comunidades rurais. Por meio de parcerias, a igreja promoveu ações de atendimento médico-odontológico, assistência social, desenvolvimento comunitário, entre outras atividades que beneficiam centenas de famílias. Com o compromisso de amar ao próximo, a Pib transpõe fronteiras e se consolida como uma igreja da cidade, na cidade e além da cidade.

Em 2020, quando todos fomos surpreendidos pela pandemia da Covid-19, a resposta da Primeira Igreja Batista foi de amor, traduzida em serviço. A igreja suspendeu suas atividades presenciais e se empenhou em diversas ações para ajudar a comunidade parintinense. 

Enquanto a pandemia trouxe ventos de medo e incerteza, a Pib se colocou como um porto seguro de fé e esperança para os parintinenses. Como afirma pastor Elmer Lessa, a igreja não parou, apenas fechamos as portas do prédio, mas a igreja continua viva e ativa para servir a comunidade.

De forma independente, a igreja fez diversas doações. Doou água sanitária e água mineral para setores do município. Doou sabonetes para a ação Higieniza Parintins, que foram distribuídos a moradores de baixa renda. Também distribuiu cestas básicas e medicações para famílias necessitadas, na cidade e no interior, incluindo famílias indígenas da etnia Sateré-Mawé e Hyxkaryanas (Nhamundá).

Em parceria com atores locais, a igreja contribuiu significativamente no financiamento para a confecção de materiais de proteção, como: máscaras, protetores faciais, capotes impermeáveis e de TNT, calças e capotes impermeáveis e de TNT, capuzes e cápsulas de hood. Materiais que não estavam disponíveis no mercado, devido a grande demanda. Tudo foi doado e beneficiou os hospitais da cidade, unidades de saúde e diversos outros departamentos e órgãos do município.

No início de 2021, durante a segunda onda da pandemia, a Primeira Igreja Batista se mobilizou novamente. Articulou parcerias com outras igrejas e organizações cristãs para fazer chegar ao município cilindros e recargas de oxigênio, materiais de proteção e limpeza, lavatórios, entre outros insumos. Itens que beneficiaram não só Parintins, mas também municípios vizinhos, como Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Nhamundá, além de Faro e Juruti, no Pará.

A Pib de Parintins entende sua missão no mundo e seus desdobramentos nas mais diversas áreas da sociedade. Mencionar essas ações, quando celebramos 70 anos, é olhar para uma história que se sustenta por uma causa maior. Uma causa que se materializa em mensagem e prática de fé, amor e transformação. Sim, transformação de vidas, famílias e comunidades, que certamente são os maiores frutos deste trabalho. E assim, com as portas fechadas, mas com uma igreja viva, a Pib segue buscando cumprir sua missão: demonstrar o amor de Jesus e torná-lo conhecido, na cidade e além da cidade. Há 70 anos.

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Por Phelipe Reis, jornalista e membro da Pib de Parintins.