Dom Giuliano Frigeni vai renunciar a função de bispo da Diocese de Parintins em 2022 

Frigeni está à frente da Diocese de Parintins desde 25 de março de 1999, após ser nomeado pelo Papa João Paulo II. Ele foi consagrado Bispo dia 19 de fevereiro de 1999,  por Dom Alfio Rapisarda. Sucedeu ao Bispo Dom Gino Malvestio, que morreu em 7 de setembro de 1997. 

Dom Giuliano Frigeni vai renunciar a função de bispo da Diocese de Parintins em 2022  Dom Giuliano Frigeni (fotos Paróquia da Catedral Página redes sociais) Notícia do dia 11/03/2021

O bispo da Diocese de Parintins, Dom Giuliano Frigeni, confirmou ao site ParintinsAmazonas que vai renunciar a função de autoridade máxima da Igreja local em 2022, depois que completar 75 anos de idade. Além de Parintins, a jurisdição do episcopado de Dom Giuliano Frigeni são as cidades Nhamundá, Boa Vista do Ramos e Barreirinha no Baixo Amazonas e na cidade de Maués, no Médio Amazonas. 

“Vamos preparar o caminho até chegar o momento que ano que vem vou entregar minha carta de renúncia ao Papa Francisco. É um processo que vai começar a ser discutido internamente e com as lideranças todas da nossa Igreja”, comentou por telefone o Bispo Dom Giuliano à coluna Poder/Koiote na quarta-feira, dia 10 de março de 2021. 

Frigeni está à frente da Diocese de Parintins desde 25 de março de 1999, após ser nomeado pelo Papa João Paulo II. Ele foi consagrado Bispo dia 19 de fevereiro de 1999,  por Dom Alfio Rapisarda. Sucedeu ao Bispo Dom Gino Malvestio, que morreu em 7 de setembro de 1997. 

Esses quase 21 anos, Dom Giuliano utiliza o lema episcopal “TAM PATER NEMO”, que quer dizer "Ninguém é tão Pai”. Tem 47 anos na vida missionária. Sendo a maior parte dedicados à Amazônia, em especial ao Amazonas. 

O pedido da renúncia vai ocorrer após o dia 1º de julho de 2022, quando o Bispo completa 75 anos. Em consonância com o item 401 do Código de Direito Canônico, que diz:  "ao bispo diocesano que tiver completado 75 anos de idade, é solicitado apresentar a renúncia do ofício ao Sumo Pontífice, que, ponderando todas as circunstâncias, tomará providências”.

Nesse momento, Dom Giuliano afirmou está focado na luta para amenizar a dor, perdas e mazelas provocadas pela Pandemia da COVID-19. As igrejas da Diocese de Parintins, pelo decreto, podem funcionar e ficar abertas, mas apenas com 30% da capacidade de fiéis. As missas da Catedral de Nossa Senhora do Carmo estão sendo transmitidas pelas lives nos canais digitais. Vários Padres Diocesanos e do PIME foram contaminados de Coronavírus e tiveram recuperação. 

 

SUCESSOR 

 

Dom Giuliano explicou que, com o envio da carta, o passo seguinte é o Papa Francisco aceitar a renuncia. Que não tem tempo definido. Depois começa o processo de escolha do novo comandante da Diocese. 

Ele revelou que o Padre Mauro Romallo, italiano missionário do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras (PIME), vai retornar à Diocese de Parintins e participará do processo de formação de um grupo especial, na qual terá os Padres Diocesanos que podem discutir sobre a sucessão episcopal. 

“Nesse momento Padre Mauro vai retomar e ajudar no Hospital Padre Colombo como ecônomo, mas também ajudar na formação do grupo sobre o novo bispo”, explicou Dom Giuliano, enfatizando que a escolha do Bispo é do Papa.

Desde que assumiu a Diocese de Parintins, Frigeni fala que gostaria de ser o último Bispo do PIME e que deseja que um padre diocesano assuma a função. 

Enquanto o Papa Francisco aceitar e não nomear o novo bispo, quem fica à frente da Diocese é um Padre Administrador Diocesano. De acordo com o Código de Direito Canônico (CDC), um administrador diocesano é um presbítero eleito através do Colégio de Consultores Diocesano oito dias após a diocese entrar em período de sede vacante. O administrador diocesano não tem a função de bispo, ele só tem como o dever preparar a diocese para a chegada do novo bispo.

(Papa Francisco e Dom Giuliano) 

Dom Giuliano pode virar Bispo emérito ou deixar a Diocese de Parintins 

 

No ano de 2022, ao entregar a carta ao Papa Francisco de renúncia e sendo aceita e depois de "passar o bastão” para o sucessor, Dom Giuliano Frigeni, querendo permanecer na Diocese de Parintins, se tornará bispo emérito. Mas também pode mudar de região.

No ano de 2012 a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) formou a Comissão Especial para os Bispos Eméritos e foi criada pela Presidência da em 2012. E na  51ª  Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida (SP) em 2013, foram definidas as funções dos Bispos Eméritos. Em 2019, o Brasil já tinha 174 bispos eméritos. 

Dom Arcângelo virou bispo emérito da Diocese de Parintins

  

A intenção de Dom Giuliano Frigeni em organizar e fazer tudo de forma transparente o processo de deixar a função de bispo na região é para manter na maior tranquilidade o serviço pastoral dos demais padres, freiras e leigas. Também não será coisa inédita. No ano de 1989, Parintins teve um Bispo Auxiliar, até que Dom Arcângelo Cerqua, também do PIME e primeiro bispo da Diocese de Parintins, renunciou em 15 de julho de 1989, tornando-se bispo emérito de Parintins.  Assumiu como bispo Dom Giovanni (João) Risatti. Dom Arcângelo Cerqua faleceu em 16 de fevereiro de 1990, na Itália. Dom Giuliano Frigeni, Italiano de Bérgamo, nascido no dia primeiro de julho de 1947, filho de Giacomo e Giacomina.

O Bispo Frigeni mantém o projeto Social Nossa Senhora das Graças na Paroquia de São Sebastião dos Itaúnas. Além de acompanhar dezenas de outros projetos desenvolvidos pela Igreja Católica na Região. É o Bispo que mais ordenou sacerdotes na Diocese desde criação da Prelazia. 

 

 

Texto: Hudson Lima
[email protected] 
[email protected]
[email protected] 
#hudsonlimakoiote
(92) 991542015  

 

LEIA MAIS:

Dom Giuliano faz 20 anos no Comando da Diocese de Parintins