Luiz Carlos criou todos os irmãos e irmãs a partir do começo da década de 90, quando pai e mãe morreram
Notícia do dia 16/02/2021
O artista plástico, sócio do Garantido e fazedor de aposta de jogo do bicho em Parintins, Luis Carlos Guimarães Marques, 51 anos, morreu em Manaus na manhã de segunda-feira, dia 15 de fevereiro.
Ele lutou bravamente pela vida. Passou várias semanas num leito do Hospital Regional Jofre Cohen aguardando remoção em busca de UTI.
Luiz Carlos criou todos os irmãos e irmãs a partir do começo da década de 90, quando pai e mãe morreram. Assumiu a responsabilidade e era o orgulhoso pela façanha.
Ele foi tudo um pouco, desde picolezeiro, artista plástico e fazedor de apostas, para garantir o sustento, alimento e estudo dos irmãos e irmãs mais jovens.
Infectado pelo COVID-19, infelizmente Luis Carlos Guimarães Marques é o nono paciente, de uma lista de 10 pessoas, que a Justiça Estadual e Federal, depois de ação do Ministério Público, exigiu a remoção. Agora a senhora Suzete José Santana dos Santos, de 45 anos, irmã de Luis, continua a lutar contra o coronavírus e mantém a esperança da família.
Além de Luis Carlos Guimarães Marques, morreram da lista os jovens Brendo José de Melo de 22 anos e José da Silveira Campos Sobrinho, de 33 anos; Maria Marilza Arcanjo Moraes, de 57 anos, que ficou com 90% dos pulmões comprometidos; Mário Jorge Farias Uchoa, de 55 anos, que chegou a ser removido e começar tratamento em hospital particular. O artista do Garantido Sandro José Santana dos Santos, 45 anos; A técnica de enfermagem Edionor Maria Pereira Barbosa de 49 anos; o caminhoneiro Wallace Nogueira da Silva, 51 de anos e o senhor Válter Pereira de Brito, 56 anos, que chegou a ser extubado, mas teve pneumotórax e faleceu.
O bacharel em direito Rony Airon Marques, irmão de Luis Carlos Guimarães Marques, em postagem de agradecimento comenta o legado deixado de exemplo. "Há quase 30 anos, exatamente no dia 10 de abril de 1991, com a partida de nossa amada mãe Maria Guimarães Marques, assumiste a dura missão de ficar cuidando de nos quatro irmãos menores, mesmo na dor de perda de nossa mãe, você não quis deixar de trabalhar, fostes picolezeiro, me contava que fique aqui "quando era muito quente e não conseguia vender muito, ia pra rampa do mercado comia alguns picolés e jogava os palitos dentro da caixa de isopor, descia a rampa, colocava um pouco de água e sacudida para misturar os sabores e quando chegava pra entregar dizia que tinha aguado tudo", que fique aqui, mas já mais nos abandonou, eu aos 5 anos de idade já lhe ajudava a confeccionar a tribo dos Kayapos, no boi garantido, o qual era sócio, fostes artista de tribo até 97/98, depois adentrou o galpão central ajudando o Artista Amarildo Teixeira, me ensinou praticamente tudo sobre arte de boi, a colocação de uma pena, (lado esquerdo/lado direito), a pintura corporal, me deixava comandar os ensaios das coreografias que na época cada tribo apresentava, nos intervalos corria atrás de picos, para colocar comida na nossa mesa. Mano/ Pai, sim fostes, assim como amigo, companheiro, instrutor da vida, em vim meu melhor amigo, bagunceiro, vivia me zoando, as vezes eu ficava bravo com você, mais logo vinha me chamando de cabeça de "ovo", e tudo fica em paz. Mano nem se eu passasse o resto da vida aqui descrevendo o quanto eu te amava gostava de você, não irei consegui consegui descrer o quando você era especial. Não consigo ainda acreditar na sua partida, mais lutou o bom combate, tinha quase certeza que conseguiria derrotar esse maldito vírus, pois era forte, esperto, destemido e não se entregava fácil para nada, mais Deus viu essas suas qualidades e o quis para se juntar ao seu exército de anjos, ou de artistas, e lhe recompensou com a vida eterna. Nos ficamos ainda aqui para levar o seu legado, e cuidar de seu filho e de seu netinho os quais você os amava e os ama Fique em paz meu irmão/pai, não está sendo nada fácil ficar sem a sua presença física, mas tentaremos superar, te amo para todo o sempre ( meu irmao), "buchinho"
Texto: Hudson Lima
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