Ministério Público discute Injustiças Epistêmicas, raça e gênero, nesta quinta

O evento será virtual, com as palestras transmitidas através da plataforma digital Microsoft Teams, para os membros, servidores e estagiários, e simultaneamente, transmitido pelo canal no YouTube do CEAF de forma aberta.

Ministério Público discute Injustiças Epistêmicas, raça e gênero, nesta quinta Imagem: arte gráfica Notícia do dia 26/11/2020

O Ministério Público do Amazonas, por meio do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), promoverá na tarde desta quinta-feira 26/11 a partir das 15h, o Painel, "Injustiças Epistêmicas sob o prisma de raça e gênero".

O evento contará com um ciclo de palestras, sendo elas sobre "O enfrentamento das injustiças nas questões raciais", a ser explanada pela Promotora de Justiça Karla Cristina de Sousa, e ainda sobre "A proteção das vítimas de crimes em razão de gênero", que será exposto pela coordenadora do núcleo de proteção e defesa dos direitos das mulheres da Defensoria Pública do Estado, Pollyana Vieira.

“O nosso evento pretende ir um pouco além, porque as questões de raça e de gênero são debatidas constantemente na imprensa e em todos os locais sempre relacionados aos direitos. A ideia de discutir as injustiças epistêmicas é de discutir essas injustiças que ocorrem no processo de conhecimento no Judiciário, na atuação do Ministério Público. Nós precisamos também nos olhar pra tentar enxergar a nossa forma de agir em alguma eventual injustiça ou ate violência institucional que possa ocorrer na nossa atividade. Então, a ideia do evento é justamente de debater esse tema para que a gente possa refletir se, apesar de criada na lei uma estrutura de proteção, essa estrutura de proteção ao ser aplicada pelo Estado, pelos órgãos de Justiça, efetivamente atendem o seu papel ou se ela acaba também contribuindo para ampliar a violência que essa pessoa sofre em razão do gênero ou da raça", comenta o Promotor de Justiça Alessandro Samartin, Coordenador do CEAF.

O evento será virtual, com as palestras transmitidas através da plataforma digital Microsoft Teams, para os membros, servidores e estagiários, e simultaneamente, transmitido pelo canal no YouTube do CEAF de forma aberta.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO

26/11/2020

15h: Abertura
15h30: "O enfrentamento das injustiças nas questões raciais"
16h: "A proteção das vítimas de crimes em razão de gênero"
16:30: Debate
17h: Encerramento

Sobre o tema escolhido

Injustiça Epistêmica é aquela que ocorre pela presunção de conhecimento ou desconhecimento de um indivíduo ao pertencer ao um grupo social, de maneira a levar a preconceitos que influenciam a montagem de uma "verdade" diante de um fato ou uma pessoa. É quando, por exemplo, uma pessoa tem seu argumento desacreditado por pertencer a uma determinada gama da sociedade, como ser moradora de uma favela. Da mesma forma que um agente público, como a polícia, tem suas versões tomadas como verdadeiras sem questionamentos externos. Nesses casos, acontece o que chamamos de Injustiça Testemunhal. Leia mais

"As injustiças epistêmicas, são exatamente essas injustiças que ocorrem mesmo dentro da legalidade, que durante a apuração de um crime que a pessoa sofreu, ela é colocada como vítima, a justiça está ali para buscar a aplicação do direito e a punição de quem efetivamente praticou o delito, só que a forma que somo ajustiça usa a lei para chegar a esse fim que é aplicar a pena ao eventual agressor. Pode também ser violento para a pessoa em razão do gênero ou da raça, entoa as injustiças epistêmicas, são as injustiças que elas extrapolam a ideia de estar dentro da lei ou fora da lei, elas chegam ao campo da justiça social ali, e epistemáticas por causa do conhecimento, porque epistemologia nos remete ao conhecimento, então, injustiças epistêmicas são as injustiças praticadas no processo de conhecimento e de apuração dos eventuais delitos ou assuntos de interesse das pessoas em perspectiva de raça ou gênero", completa Samartin.

Texto: Jhualisson Veiga - ASCOM MPAM

Imagem: arte gráfica