O Racismo Estrutural: o Belo e o Feio- romantiza-se pelo símbolo e mata-se pela cor

“A luta que tem que ser feita passa por criar uma consciência nacional e não, digamos, nos limitarmos a uma produção de uma consciência negra...”

O Racismo Estrutural: o Belo e o Feio- romantiza-se pelo símbolo e mata-se pela cor Notícia do dia 25/11/2020

Após a Lei nº 3.353 de 13 de maio de 1888 (Lei Áurea), que aboliu a escravidão no Brasil, a elite branca marginalizou os negros e pobres pardos como preguiçosos, meros “vadios”, e com isso iniciou o processo de imigração de europeus, como italianos e alemães, para substituí-los nas lavouras e plantações, mais fixadas no sul e sudeste do país. Dava-se então o início da estruturação do racismo no Brasil, onde por vezes romantiza-se um crime, pelo autor ser branco e de alta popularidade justificada por um símbolo e justifica uma morte, pela vítima ser negra e “agressiva”.
 
Para que haja clareza nesse escrito, naquilo que tange o Racismo Estrutural, refutar-se-á a série televisiva ‘Todo Mundo Odeia o Criss’ de Chris Rock e Ali LeRoi, onde o personagem principal vivido por Tyler James é negado na escola, segregado do convívio social e por vezes confundido como criminoso, apenas por ser negro. Apesar da série se passar em um país altamente racista como os Estados Unidos, é um exemplo claro do Racismo Estrutural presenciado no Brasil.
 
Segundo Milton Santos “A luta que tem que ser feita passa por criar uma consciência nacional e não, digamos, nos limitarmos a uma produção de uma consciência negra...”, a consciência nacional, segundo o pesquisador mais importante para a Geografia contemporânea, é reconhecer os erros humanos sem que estes estejam ligados a cor de pele. Ou seja, dentro daquilo que é lógico não romantizar crimes, outrora apontados por autoridades policiais, porque, primeiramente é branco, é “bom”, “belo” e detém o “reconhecimento” a partir de um símbolo que aflora o Sentimento de Pertencimento e criminalizar porque “ele foi o primeiro a bater”, isso porque o perigo avizinhava-se pela cor da pele.
 
O Racismo Estrutural torna-se visível quando parte da sociedade, os conservadores donos da moral e dos bons costumes vão às redes sociais, ou outros meios ligados às tecnologias da informação- TI e  – impulsionam – notas de apoio, quando poderiam lamentar pela usurpação de direitos às crianças, adolescentes e famílias atingidas, segundo as autoridades policiais, por um eventual crime.
 
Para que se tenha uma noção do que é o Racismo Estrutural, substitua em todas as camadas as tais situações, com personagens distintos e imagine a reação da sociedade diante dos fatos. Logicamente entenderá do que este escrito fala.
 
Levando em consideração esses aspectos faz-se necessário tão quão importante descaracterizar esses estereótipos que diferenciam a unidade de erros pela cor da pele. É importante irmanar os seres humanos por sentimentos, afetividades, levando em consideração a razão daquilo que é correto e real. Caso contrário continuará reinando na sociedade a hipocrisia de uma realidade em que, se festeja o negro ao “dois pra lá e dois pra cá”, mas o ridiculariza diante de um crime e mais, quando boa parte da sociedade lamenta por uma investigação, a qual dentro da Constituição de 88 pede justiça, quanto a evidências e fatos.
 
É importante buscar a equidade social a partir do que é correto, sem hipocrisia e demagogia.

Por, Franciney Silva
Graduado em Geografia e Especialista em Letramento Digital pela Universidade do Estado do Amazonas - UEA