Coronavírus já matou 206 índios no Amazonas, de 158 povos indígenas, 851 índios no Brasil, diz entidades

Coronavírus  nas Aldeias pelo Brasil somam: 851 mortos e 158 povos indígenas atingidos

Coronavírus já matou 206 índios no Amazonas, de 158 povos indígenas, 851 índios no Brasil, diz entidades Espelho do levantamento das entidades indígenas Notícia do dia 17/10/2020

Segundo o site da  Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e site https://emergenciaindigena.apiboficial.org desde começo da pandemia até dia 16 de outubro de 2020 teve 36.847 casos de coronavírus confirmados entre os índios. Sendo 851 mortes, que afeta 158 povos indígenas de norte a sul. No Estado do Amazonas são 206 mortes de índios, atingindo 27 Povos Indígenas em 25 munícipios.

O Tuxaua Geral da Tribo Sateré-Mawé do Município de Barreirinha, Amadeu Menezes Filho, que morreu em Parintins 15 de outubro, já conta nas estatísticas.

Os números de casos confirmados e casos de óbitos representam o total de dados informados pela SESAI e apurados pelo Comitê Nacional de Vida e Memória Indígena. A falta de transparência dos dados da SESAI impede a identificação de muitas cidades onde os óbitos aconteceram.

Os dados com a sigla SI (Sem Informação) representam esses casos. “Mais uma vez denunciamos sobre a falta de transparência e racismo institucional da SESAI e exigimos respeito aos nossos direitos. Os dados do Comitê Nacional pela Vida e Memória Indígena, da APIB, incluem tanto indígenas que vivem nos territórios tradicionais quanto os que vivem em contexto urbano, que se autodeclaram e possuem laços com seu povo, como dispõe a Convenção n. 169 da OIT (ratificada pelo Brasil)”, informa a nota do site.

O primeiro caso confirmado de contaminação por Covid-19 entre indígenas brasileiros foi de uma jovem de 20 anos do povo Kokama, no dia 25 de março, no município amazonense Santo Antônio do Içá.

O contágio foi feito por um médico vindo de São Paulo a serviço da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), que estava infectado com o vírus. Hoje os Kokama são os mais afetados em casos de mortes.

“A Covid-19 chegou nos território indígenas de forma avassaladora. Vidas indígenas estão sendo perdidas em um ritmo crescente. Estamos diante de uma tragédia humanitária sem precedentes e precisamos nos unir e agir”, destaca a organização.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) apresenta um plano emergencial indígena de enfrentamento da Covid-19 no Brasil e conclama todos a apoiarem medidas que possam salvar vidas e exercitarem a solidariedade. “Os povos indígenas estão entre os grupos mais vulneráveis ao avanço da pandemia e encontram-se desprovidos de condições para enfrentar a doença. Precisam do apoio de todos”.

 

Os povos afetados são no AMAZONAS são: Apurinã (AM) Arapaso (AM) Baniwa (AM) Banawa (AM) Baré (AM) Dessana (AM) Hixkaryana (AM), Hupda (AM), Karapanã (AM) Kambeba (AM) Kanamari (AM) Kokama (AM) Koripako (AM) Kubeo (AM) Marubo (AM) Matsés (Mayoruna) (AM) Mirititapuya (AM) Mura (AM) Munduruku (AM) Piratapuya (AM) Sateré Maué (AM), Tariano (AM), Tikuna (AM), Tukano (AM) Tuyuka (AM) Wanano (AM) Warekena (AM) Warao (Amazônia Venezuelana | AM, PA, RR, PB, PE) Paumari (AM) Parintintim (AM) Nadëb (AM) Tenharin (AM) Jiahuí (AM).

Povos afetados e óbitos confirmados: SI (Sem Identificação) 62; Kokama 58; Tikuna 17; Baré 9;Baniwa 8; Tukano 7; Omagua-Kambeba 7; Sateré Mawé 7; Apurinã 5; Mura 4; Karapanã 2; Koripako 2; Marubo 2; Parintintim 2; Tariano 1; Dessana 1; Matsés / Mayoruna 1; Munduruku (AM) 1; Tuyuca 1; Arapaso 1; Hixkaryana 1; Madija-Kulina 1; Paumari 1; Nadëb 1; Mirititapuya 1; Torá 1.

Município do Amazonas com  Óbitos confirmados

Sem Identificação SI total de 85; Manaus 49; Tabatinga 21; São Gabriel da Cachoeira 10; São Paulo de Olivença 6; Santo Antônio do Içá 4; Tonantins 4; Maués 3; Benjamin Constant 3; Autazes 3; Barcelos 2; Santa Isabel do Rio Negro 2. As cidade com 1 morte de pessoas indígenas foram Itacoatiara, Novo Airão, Coari, Tefé, Boca do Acre, Pauini, Juruti, Amaturá, Parintins, Barreirinha, Atalaia do Norte, Humaitá, Lábrea e  Guajará.

Um trecho da Carta Final da Assembleia Nacional da Resistência Indígena lançada pelos indígenas afirma: “Em tempos de pandemia a luta e a solidariedade coletiva que reacendeu no mundo só será completa com os povos indígenas, pois a cura estará não apenas no princípio ativo, mas no ativar de nossos princípios humanos.”

Notas sobre os dados do Comitê

– Os dados do Comitê Nacional pela Vida e Memória Indígena, da APIB, incluem tanto indígenas que vivem nos territórios tradicionais quanto os que vivem em contexto urbano, que se autodeclaram e possuem laços com seu povo, como dispõe a Convenção n. 169 da OIT (ratificada pelo Brasil);

 

– A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, não faz o atendimento e o registro dos indígenas que vivem em contexto urbano. A APIB repudia esta medida e exige a revogação urgente da portaria 070/2004 para garantir que a SESAI atenda todos os indígenas;

 

– A coleta de dados é descentralizada através da articulação de diversas organizações indígenas de base que compõem a APIB;

– As atualização dos dados é diária;

– A divulgação dos dados se dá com a consolidação dos dados do dia anterior.

– As fontes dos dados são: Organizações indígenas de base da APIB, Frentes de enfrentamento ao Covid-19 organizados no Brasil que colaboram com a APIB, SESAI, Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde e Ministério Público Federal.

– Os gráficos foram produzidos em parceria com Instituto Socioambiental.

Texto: Hudson Lima

Edição: Mayara Carneiro

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(92) 991542015  

 

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