O Capitão Geral da Tribo Sateré Mawé, João Sateré lamentou a morte do tuxaua Amadeu Menezes Filho, líder da área do Andirá-Marau, ocorrida dia 15 de outubro, no Hospital Regional Jofre Cohen de Parintins, provocada por infecção de COVID-19.
João disse que os Povos Indígenas estão vulneráveis ao Coronavírus, mas órgãos como a FUNAI, SESAI e DSEI tem parcela de culpa nas mortes que estão ocorrendo e contaminações nas aldeias.
“Ficam discutindo política. Primeiro fecharam as entradas das terras indígenas sem consultar as lideranças. Nosso Povo ficou três meses sem poder sair, sem receber benefícios, sem poder adquirir alimentos. Meu povo passou fome dentro da reserva. Eu mesmo não puder entrar na reservar e orientar meu povo. Depois no final de agosto e setembro abriram tudo e de novo sem consultar as lideranças indígenas. Sem política de prevenção. A morte do Tuxaua Amadeu Menezes Filho é uma baque muito grande. Ele era um guerreiro mesmo, da época da luta indígena coletiva. Assim como a morte do parente tuxaua Plácido Dias de Oliveira importante liderança na Comunidade de Boa Vista no Baixo Andirá. Estamos tristes. O Coronavírus veio para matar o povo indígena, mas a FUNAI, SESAI e Dsei tem parcela de culpa”, desabafou João Sateré a coluna Poder Koiote.
Capitão Geral da Tribo, João vai até a comunidade da família do tuxaua Amado Menezes Filho para realizar homenagem fúnebres. “Tupana chamou esse líder. A doença coronavírus não permite uma justa homenagem. Mas com devidos cuidados ele (Amado) terá a passagem que merece”, diz.
Segundo João a primeira morte dentro das aldeias no Baixo Amazonas, ocorreu no mês de abril do Tuxaua Otávio dos Santos, de 67 anos. “Ele era uma das mais importantes lideranças do povo Sateré-Mawé, o tuxaua Otávio morreu em Maués. Ele era liderança da aldeia São Benedito, na margem do rio Marau”, recorda.
Texto: Hudson Lima e Mayara Carneiro
Fotos:
(92) 991542015
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