Na FCecon, pacientes indígenas contam com atendimento diferenciado

Conforme o diretor-presidente da FCecon, mastologista Gerson Mourão, o indígena necessita de atendimento diferenciado em virtude de suas características singulares.

Na FCecon, pacientes indígenas contam com atendimento diferenciado FOTOS: Luís Mansueto/FCecon Notícia do dia 27/07/2020

Os pacientes indígenas que fazem ou irão iniciar tratamento na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (Susam), contam com atendimento diferenciado, que garante mais rapidez na abertura de prontuários, marcação de consultas, triagens, exames e internações, além de adequação nutricional à etnia. Ao todo, já foram beneficiados 40 pacientes indígenas ao longo dos oito meses de implantação do atendimento diferenciado.

Esse tipo de atendimento foi implantado após reuniões realizadas com representantes da Casa de Saúde do Índio (Casai Manaus) e do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei Manaus), quando se tratou sobre o acesso e acolhimento humanizado, considerando a vulnerabilidade sociocultural. Esse tipo de acolhimento é regulado pela Portaria nº 2.663, de 11 de outubro de 2017, que trata da Atenção Especializada aos Povos Indígenas (IAE-PI) do Sistema Único de Saúde (SUS).

Conforme o diretor-presidente da FCecon, mastologista Gerson Mourão, o indígena necessita de atendimento diferenciado em virtude de suas características singulares. Segundo ele, a adaptação do indígena aos ambientes da cidade e hospitalar é mais complexa, além de ter dificuldade de comunicação. “Todas essas questões lhe causam estranhamento e insegurança, assim, viabilizar o atendimento diferenciado permite a aceitação ao tratamento”, frisa.

Celeridade – A gerente de Enfermagem da Casai Manaus, Moana Barros de Gusmão Tavares, ressalta que o atendimento prioritário deu mais celeridade ao início do tratamento dos pacientes indígenas. “Quero agradecer à Fundação Cecon, em especial ao Gerson Mourão, pela parceria na construção do fluxo. Não temos do que reclamar. A parceria tem nos ajudado e possibilitado a realização de exames para a conclusão do diagnóstico e início do tratamento”, pontua. 

Protocolos – Foram adotados dois protocolos para o atendimento do paciente indígena (apto ou sem diagnóstico conclusivo), e em ambos ele é prioritário, explica a gerente do Serviço de Atendimento Médico e Estatístico (Same/FCecon), Zenóbia Almeida Filha. No primeiro – paciente apto –. o Same abre o prontuário definitivo, a enfermeira navegadora agenda a consulta, e assim se garante celeridade no tratamento.

No segundo – paciente sem diagnóstico conclusivo –, o Same abre o prontuário provisório e a enfermeira navegadora garante o atendimento prioritário e a celeridade dos exames de diagnóstico. Zenóbia Filha frisa que, quando o diagnóstico dá negativo, é feita a contrarreferência, e no caso de positivo, é dada continuidade ao tratamento por meio do auxílio da enfermeira navegadora.

O processo é muito rápido, de acordo com Zenóbia Filha. “Os prontuários são abertos de imediato. Dependendo das agendas dos médicos, é possível marcar uma consulta de sete a 15 dias após a abertura do prontuário. Antes, levava-se meses. Essa nova rotina permite que o indígena retorne mais rápido ao convívio natural”, declara.

Nutrição – A gerente do serviço de Nutrição e Dietética, Bárbara Fonseca Abrahim, informa que o atendimento do paciente indígena inicia após a internação. Ela explica que é realizada uma triagem pelos profissionais do setor, os quais checam se existe déficit de algum nutriente, perda de peso, os hábitos alimentares, as restrições do tratamento em questão e costumes da etnia.

“As informações são obtidas com o intérprete. Elas servem de base para uma possível intervenção nutricional e para a elaboração do cardápio, de forma a garantir a melhor adesão do paciente indígena ao tratamento”, ressalta a gerente.