RIO - Líder da etnia Kayapó, o cacique Raoni Metuktire, de 89 anos, foi internado na quinta-feira em um hospital de Colíder, a 648 quilômetros de Cuiabá, no Mato Grosso, e foi transferido de avião na noite deste sábado para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital em Sinop (MT). Defensor da Amazônia e dos direitos indígenas conhecido internacionalmente, Raoni, que vive no Parque Nacional do Xingu, em São José do Xingu, teve complicações gastrointestinais e desidratação.
Se acordo com o site G1, o cacique foi internado após não conseguir se recuperar com remédios tradicionais. Foram feitos testes preventivos para o novo coronavírus, mas todos deram resultados negativos.
Neste domingo, segundo o Instituto Raoni, o cacique passou por uma transfusão de sangue e aguarda os resultados de exames para detectar a causa do sangramento digestivo. Ele continua internado com um quadro de saúde estável e já está se alimentando bem e deve receber alta em cinco dias. Segundo a direção do Instituto Raoni, o cacique apresentou um quadro depressivo após a morte da mulher dele, há um mês. Ela tinha diabetes.
Nota de Caprichoso e Garantido
Em nota oficial a Associação Folclórica Boi Bumbá Garantido e a Associação Cultural Boi Bumbá Caprichoso pediram orações e energias positivas para a breve recuperação o Cacique Raoni.
Histórico de luta
O líder indígena é reconhecido internacionalmente pela luta que articula pelos povos indígenas. Em 1989, ele teve um encontro histórico com o cantor Sting durante o I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, em Altamira (PA). Os dois se reencontraram em 2009 em São Paulo para conversar sobre a construção da Usina de Belo Monte.
Em novembro de 2012, Raoni foi recebido pelo presidente da França, François Hollande, no Palácio do Eliseu. Na ocasião, o cacique pedia a preservação da Amazônia e dos povos que vivem na região.
No ano passado, Raoni foi chamado pelo presidente Jair Bolsonaro de "peça de manobra" usada por governos estrangeiros para "avançar seus interesses na Amazônia".
A declaração ocorreu após o cacique se encontrar com o presidente da França, Emmanuel Macron, em busca de apoio para a defesa da Amazônia.
O GLOBO, G1 e ParintinsAmazonas